quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"Por isso, não se esqueça: dói"

Essas cicatrizes? São a minha história. São elas que me lembram todo dia de onde eu vim, por onde eu passei até chegar aqui, e quem veio comigo. E são elas me fazem permanecer com os pés no chão. Fica mais difícil esquecer uma dor quando ela está ali, marcada. Não, eu não sei quantos pontos são, mas pra cada um, eu posso contar uma coisa da minha vida que você nunca vai saber, na prática, como é. E essas expostas na pele são só uma parte, por dentro tem mais, muito mais. E de tanto cicatrizar, aprendi a fechar todas as feridas, fiquei tão boa nisso que às vezes não dá tempo nem de sangrar. Uma hora ou outra, assim como a dor, você também vai passar,e minhas cicatrizes vão permanecer no mesmo lugar, pra eu não esquecer o que é que dói de verdade.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Você não é Caveira.

Sente aqui e olhe na minha cara. Tá olhando? Agora diga que vai embora. Depois pode virar as costas e sair. Não quero nem saber dos seus motivos, não me explique nada. Só diga que vai embora, e saia daqui. Não precisa nem olhar pra trás, nem voltar nunca mais. Quero que você fique só o tempo que for suficiente pra dizer que não permanece aqui. Não saia escondido, como quem rouba. Fica feio pra você. Não suma, simplesmente, não quero achar que você é um grande filho da puta. Mesmo que você seja. Por mais que eu tenha me enganado a seu respeito, não me deixe pensar que você é um cretino. Seja um cretino inteligente, continue fazendo isso, mas não permita que eu faça propaganda ruim de você. Agora pode levantar e ir embora com suas razões, seu medo, sua falta de consideração e tudo mais. E tire essa roupa preta, que você é moleque.

sábado, 5 de janeiro de 2013

A luta, o luto

Não era isso que eu queria escrever pra você. Queria brincar que é mais fácil falar com o Papa, dizer que tô sofrida, e que se vendesse minha saudade, estaria rica. E dar risada do seu discurso sobre a vontade de ter mais tempo pra sua vida, e pra tudo e todo mundo que faz parte dela. Sim, eu estou com saudade, mas não tenho mais como falar nisso com você. Não dá mais pra brincar assim, porque agora é sério. Eu sei que dói muito, já vi isso uma vez de muito perto, mas ainda assim, não posso nem imaginar até onde vai o sofrimento. Queria poder dizer que vai passar. Mas eu sei que não vai. E essa dor sem nome que é só sua,  dói até em mim, porque não sei como ajudar logo a você, que sempre me ajudou. A sensação de incapacidade é das piores coisas da vida, mas também não vou falar disso com você. Aliás, nem vou falar mais nada, chegue aqui, tome um abraço. Pode ser agora, mais tarde, quando você quiser. Continuo onde sempre estive: ao seu lado.