terça-feira, 16 de setembro de 2008

Da arte de escrever

Inexoravelmente aturdida pela prosopopéia prolixa que esporadicamente encontro em livros, artigos e crônicas, percebo ser inexequível o entendimento de tamanha miscelânea de vocábulos pinçados meticulosamente do léxico com o propósito único de exibir a conjecturada intelectualidade do autor. Já que a leitura é também uma modalidade de linguagem, indago-me: o interlocutor desta comunicação que ocorre de forma tão rebuscada, mesmo que não seja um néscio, um pacóvio, compreenderá inteiramente a representação daquele que expressou por meio da escrita seus devaneios ou fatos reais que fizeram parte da sua existência? É certo que os mais letrados (e os mais pedantes, obviamente) concluirão a leitura com louvores inexatos ao que acabaram de ler, para que não sejam aviltados e comparados com os estúpidos. Asserto que tal requinte linguístico serve tão somente para preencher espaços na ausência de conteúdo verdadeiramente interessante.

Escrever não é só juntar palavras. Mesmo que sejam palavras bonitas. Mas acho que isso está na moda, porque tenho visto muita gente nessa linha, em jornais, inclusive. O que me espanta é que são pessoas jovens escrevendo assim. Se for moda, é bom que passe logo, e se não for, vou começar a me despedir agora dos livros, enquanto eles ainda são escritos por gente normal, que não precisa enfeitar os textos com um milhão de palavras que ninguém usa. Eu tenho déficit de atenção, e não consigo nem chegar à segunda frase, já preciso voltar ao começo, porque me perco toda. Escrever é difícil, é uma arte. E como em toda arte, é preciso talento. Despertar e manter o interesse do leitor não é pra qualquer um. Os textos caramelizados com flocos crocantes e cobertos com o delicioso chocolate Nestlé que me perdoem, mas eu prefiro os mais simples. Porque eu, humildemente acho que o mais importante na comunicação é o entendimento.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"Meu amor me dê um sinal..."

Leia ouvindo:


"No momento em que nos comprometemos, a providência divina também se põe em movimento. Todo um fluir de acontecimentos surge ao nosso favor. Como resultado da atitude, seguem todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajuda, que nenhum ser humano jamais poderia ter sonhado encontrar. Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma, o poder, o gênio e a magia.”



Quando você acorda sem saber se vai em frente no que quer ou simplesmente deixa pra lá, recebe essa citação de Goethe por e-mail.

E você, que adora acreditar nessa coisa de destino, já começa a analisar o quanto está disposta a crescer. Goethe, o senhor é um fanfarrão!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tickets For Stress

Leia ouvindo


Eu adoro Madonna. A-do-ro. Acho mesmo que ela é a diva do pop, e que não tem Britney, não tem Amy, nem nenhuma outra cantora pra ser tão polêmica e saber usar isso a seu favor quanto Madonna. Sempre disse que na próxima encarnação, quero vir Madonna. Pense comigo, ela fez o que quis e o que não quis quando era mais nova, todo tipo de exagero, hoje, aos 50 anos, ela é uma senhora dedicada à cabala, ortodoxa na educação dos filhos - um adotivo, inclusive - que além de uma disciplina espartana (veja o making of de algum DVD dela), tem a flexibilidade que poucas jovens de vinte e poucos ano têm. Quem vê essa mulher hoje adaptada ao estilo britânico de vida, dificilmente relaciona sua imagem aos tempos do chicotinho e máscara, com simulação de orgias no palco e tudo mais. Ela é mesmo um diva, e soube se reinventar ao longo dos anos, e entre escândalos e glórias, esteve sempre no topo. Agora ela vem ao Brasil, e dificilmente virá de novo. Eu não tive paciência de esperar o site dos ingressos se reestabelecer da pane técnica, e não vou ao show. Vou esperar pra ver se alguma tv compra os direitos de exibir alguma das apresentações dela. Com isso até já estou conformada... mas eu não me conformo mesmo com uma coisa: por que diabos Madonna nunca juntou os dentes da frente?