Inexoravelmente aturdida pela prosopopéia prolixa que esporadicamente encontro em livros, artigos e crônicas, percebo ser inexequível o entendimento de tamanha miscelânea de vocábulos pinçados meticulosamente do léxico com o propósito único de exibir a conjecturada intelectualidade do autor. Já que a leitura é também uma modalidade de linguagem, indago-me: o interlocutor desta comunicação que ocorre de forma tão rebuscada, mesmo que não seja um néscio, um pacóvio, compreenderá inteiramente a representação daquele que expressou por meio da escrita seus devaneios ou fatos reais que fizeram parte da sua existência? É certo que os mais letrados (e os mais pedantes, obviamente) concluirão a leitura com louvores inexatos ao que acabaram de ler, para que não sejam aviltados e comparados com os estúpidos. Asserto que tal requinte linguístico serve tão somente para preencher espaços na ausência de conteúdo verdadeiramente interessante.
Escrever não é só juntar palavras. Mesmo que sejam palavras bonitas. Mas acho que isso está na moda, porque tenho visto muita gente nessa linha, em jornais, inclusive. O que me espanta é que são pessoas jovens escrevendo assim. Se for moda, é bom que passe logo, e se não for, vou começar a me despedir agora dos livros, enquanto eles ainda são escritos por gente normal, que não precisa enfeitar os textos com um milhão de palavras que ninguém usa. Eu tenho déficit de atenção, e não consigo nem chegar à segunda frase, já preciso voltar ao começo, porque me perco toda. Escrever é difícil, é uma arte. E como em toda arte, é preciso talento. Despertar e manter o interesse do leitor não é pra qualquer um. Os textos caramelizados com flocos crocantes e cobertos com o delicioso chocolate Nestlé que me perdoem, mas eu prefiro os mais simples. Porque eu, humildemente acho que o mais importante na comunicação é o entendimento.
Escrever não é só juntar palavras. Mesmo que sejam palavras bonitas. Mas acho que isso está na moda, porque tenho visto muita gente nessa linha, em jornais, inclusive. O que me espanta é que são pessoas jovens escrevendo assim. Se for moda, é bom que passe logo, e se não for, vou começar a me despedir agora dos livros, enquanto eles ainda são escritos por gente normal, que não precisa enfeitar os textos com um milhão de palavras que ninguém usa. Eu tenho déficit de atenção, e não consigo nem chegar à segunda frase, já preciso voltar ao começo, porque me perco toda. Escrever é difícil, é uma arte. E como em toda arte, é preciso talento. Despertar e manter o interesse do leitor não é pra qualquer um. Os textos caramelizados com flocos crocantes e cobertos com o delicioso chocolate Nestlé que me perdoem, mas eu prefiro os mais simples. Porque eu, humildemente acho que o mais importante na comunicação é o entendimento.