sexta-feira, 25 de abril de 2008

"Dinheiro não é tudo..."



Clichês são as melhores armas de gente sem argumento. Quem não tem muito o que dizer, sempre apela pra um. Os de "vida simples" que me perdoem (o espaço para os xingamentos é bem ali embaixo), mas concordo com Falcão: Dinheiro não é tudo, mas é 100%.

Tá, dinheiro não compra a felicidade, mas paga as sessões de terapia, e convenhamos, poder ir sofrer em Paris é mesmo um luxo. Não compra a paz de espírito, mas permite que você vá fazer o Caminho de Santiago. Não compra saúde, mas banca os melhores tratamentos, e por aí vai.

Quem são esses humildes que vão dizer que não gostam do conforto de uma cama king size? Você pode até não ter uma, mas admita, adoraria. Quem não quer uma semana num resort? Férias na Europa? Um apartamento enorme com vista pro mar, toalhas de algodão egípcio, Johnnie Walker Blue Label, ir ver o GP de Mônaco, sair no Camaleão, lua-de-mel na Polinésia Francesa, cartão de crédito sem limite, TV de 60", compras em NY, um carro superbacana, um corte de cabelo com Wanderley Nunes, uma lipoaspiração na Santé, almoçar no Fasano, perfumes franceses, sandálias Manolo Blahnik, ternos Ermenegildo Zegna, um vestido Dior, ir ao Rio de Janeiro num Domingo só pra ver o Flamengo jogar no Maracanã, visitar amigos que moram fora, ir a um show de Madonna, ou ver as Olimpíadas em Pequim, fazer um safári, conhecer Dubai, presentear sua avó com a viagem dos sonhos dela, ir à dermatologista das globais, reformar sua casa, redecorar seu quarto...

Certo, você não precisa de nada disso pra viver, e pode ser feliz sem tudo isso. Mas por favor, não diga que prefere aquela pousadinha simples, numa praia aqui perto. Ou que perfume bom pra você é Toque de Amor ou Charisma, e que ver Fórmula 1 pela TV tem a mesmíssima emoção, por isso, pra que ir a Mônaco?

Mas se você acha... bem, neste caso, continuo concordando com o gênio Falcão: Gente besta não conta.



domingo, 13 de abril de 2008

Tolerância zero

Seu namorado é gay. Não, você não é legal. Xingamento é com "x", não com "ch". Ninguém lhe acha engraçada. Você tem vocação pra corno. Esse batom lhe envelhece. Todo mundo sabe que você tá de caso com uma mulherzinha de quinta. Ao contrário do que você pensa, você não é gostosa. Eu não consigo entender o que você escreve, aliás, ninguém consegue. Camisa vermelha, calça verde e sapatos azuis combinam muito bem, mas num palhaço. Não, não tem ninguém interessado em você. Você não é divertida, as pessoas riem porque lhe acham estúpida. Você é um sacana de marca maior. Esse seu jeito de menina boazinha irrita. Eu não confio em você. Você não está um pouco velha demais pra isso não? Você precisa de terapia. Você precisa de um exorcismo. Não, nem sempre você tem razão. Aqueles que se dizem seus amigos falam mal de você. Ninguém está lhe perseguindo. Pare de ser fresca. Eu sei que você finge ser minha amiguinha, e sei por que é que faz isso. Você não é bom nisso. Você precisa de uma escova progressiva. Pare de se fazer de inocente. Suas piadas são sem graça. Esse filho é mesmo seu? Por que você está sempre reclamando da vida? Vou te dar uma gramática. Pare de mentir pra mim. Odiei o presente que você me deu. Essa sandália já saiu da moda. Eu sei que aquilo foi uma desculpa esfarrapada. Isso é recalque, sabia? Não, não é uma boa idéia. Você é brega. Eu só fiz porque estava de bom humor, não se acostume. Tenho preguiça de você.

Sabe quando dá vontade de dizer umas coisas assim? Não diga.
Respire fundo.

E crie um blog.




quarta-feira, 9 de abril de 2008

"Aos amigos, tudo..."

Eu tenho poucos amigos, e desculpem pela arrogância, mas acho que nem preciso de mais. Meus amigos são meus irmãos, companheiros, fiéis escudeiros. Gente que se faz presente em todas as horas, gente em que posso confiar.

Eles me ouvem sempre, mesmo que eu esteja falando bobagem; me aconselham sabiamente, mesmo tendo a certeza de que eu vou fazer exatamente o contrário; e toda vez que eu faço besteira eles me xingam, mas me ajudam a consertar tudo, ou a deixar pra lá e recomeçar.

São pessoas que abraçam minhas causas, e sempre colaboram, mesmo que não seja adequado ou correto. Colaboram simplesmente porque é o que vai me fazer feliz naquele momento. Eles sabem que algumas coisas não podem ou não devem ser ditas, e compreendem. E confiam. São mesmo pessoas incríveis.

Meus amigos são heróis só de me aguentar, porque, convenhamos, eu não sou uma boa pessoa. Mas eles aguentam sinceramente. E se preocupam, e me enchem de broncas (é, eu preciso quase sempre), mas me entendem, me apóiam, me dão suporte, não desistem de mim. Preciosos, eles.

E por terem tanto valor, faço questão de mantê-los muito bem guardados e protegidos.

Amigos, obrigada por absolutamente tudo.

Amo vocês.

Fui clara?

terça-feira, 8 de abril de 2008

O botão nón ecziste!

Morei por muitos anos num mesmo edifício. Na parede entre as portas dos apartamentos, tinha um botãozinho pra acender a luz por 30 segundos, enquanto se esperava o elevador. Assim que eu abria a porta de casa, a mão ia certeira no tal botão. Um dia a tecnologia chegou, e instalaram um sensor de movimento, era só chegar perto do elevador pra luz acender. Mas não tinha jeito, eu nunca consegui deixar de apertar o botão, que continuava na parede, embora não funcionasse mais.

Depois, passei a morar em outro prédio, onde as luzes do corredor ficam sempre acesas a partir das 17h. Só que às vezes o zelador se atrasa um pouco, e sempre que o corredor fica escuro, eu me vejo passando a mão onde deveria ter um botão. Até um rato numa caixa de Skinner já teria percebido que não existe mais botão nenhum. Mas eu insisto em tentar acender a luz.

O costume é mesmo uma coisa incrível. Às vezes você acha que tem saudade de alguém, mas nem tem. É só o costume da convivência. Talvez você nem goste mais tanto assim daquela pessoa, ou nem tenha mais tanta raiva daquela outra... talvez seja só o hábito de conservar esses sentimentos.

E quem é que pára pra reavaliar seus velhos hábitos?

Eu prometo que vou tentar. Mas só da próxima vez que o zelador se atrasar.

:)


sábado, 5 de abril de 2008

Oba!

A Sexta à noite é o início oficial do final de semana. E claro, todo mundo sai, inclusive você, que tem aula no sábado. Quando a noite é bacana, passa tão rápido que nem se percebe, e de repente, já são 4h da manhã. Você não bebeu, não dançou, passou a noite conversando bobagem e ouvindo aquela banda que tem umas pessoas queridas. Ótimo, não há motivo para o cansaço.
Ao chegar em casa, o relógio marca 4h40min. A aula é às 7h, nem precisa dormir, né? Aí nesse meio tempo, você resolve deitar um instantinho, e programa o alarme só por garantia. Às 6h o celular avisa que é hora de levantar. E você percebe que o cochilo transformou sua cama no lugar mais confortável do mundo, e aqueles travesseiros fofos e quentinhos combinam perfeitamente com o friozinho da manhã.
Mas não dá pra ficar lá, você tem um trabalho pra entregar, e uma prova. Aliás, duas. Se bem que a essa altura do campeonato, tanto faz, você não estudou mesmo... mas prova é prova, não dá pra perder. Segunda chamada, só com atestado médico, e preguiça não é doença.
Coragem, um banho frio há de resolver esse problema. Pior que nem resolve, dá ainda mais saudade da cama. Pelo menos você já deu o primeiro passo. E os passos seguintes são tão demorados que fazem você chegar com 40 minutos de atraso.
Assim que você entra na sala, a professora libera a turma. Mas oba, ela não fez chamada.
Aí você percebe que esqueceu o maldito trabalho em casa, e antes de tentar inventar uma justificativa, lê no quadro que o prazo foi estendido até a próxima semana.
Hora da prova. Você, sua cara e sua coragem, apenas. Qual é mesmo o assunto? Aliás, como é mesmo o nome dessa matéria? A professora entrega as provas, e nada do que está escrito lhe é familiar, então, ela avisa que consultas às apostilas são permitidas. Oba novamente.
Prova feita. Aí você abre o caderno ao acaso e vai ler alguma coisa pra próxima prova. Dez minutos depois, ao ler as questões, vê que só sabe fazer duas. As de maior valor. É, dá pra enrolar nas outras e ficar na média. Oba.
Com a sensação de dever cumprido, você volta pra casa pensando em dormir, mas antes, agradece imensamente a alguém lá de cima que deve ir muito com a sua cara.

Podia acontecer todo dia.

.