sábado, 17 de janeiro de 2009

Maysa

"Meu mundo caiu" e "Ouça" estão na trilha sonora da minha vida desde sempre, de tanto minha vó cantarolar, e em seguida fazer os mesmos comentários sobre os olhos de Maysa e sobre a pobreza musical de hoje em dia. Eu adoro biografias, e lendo da vida de Vera Verão à de Humphrey Bogart, passei por Maysa. E achei ótima! A bad girl da época. Rica, famosa, irônica, bêbada, com mais instinto de liberdade que instinto maternal, cheia de dores de amor e sempre com muito delineador nos impressionantes olhos verdes, os lindos "oceanos não pacíficos" que apaixonaram meio mundo. Heleninha Roitman é para os fracos, Maysa bebia whisky e se enchia de anfetaminas, cantava cambaleante, fazia o que queria, dizia o que pensava e era inimiga íntima da imprensa. Hoje nós temos Amy Winehouse, é verdade, mas imagine este comportamento nas décadas de 60 e 70.
Então, um belo dia Manoel Carlos resolveu escrever sobre a "rainha da fossa", e aí veio a minissérie "Maysa - Quando Fala o Coração", dirigida por Jayme Monjardim, filho único da cantora em questão. O filho que ela deixou sob os cuidados dos avós e em seguida levou para um internato na Espanha, onde ele ficou até o fim da adolescência. E ele foi corajoso de contar a história dela, que acaba sendo um pouco da dele também. Já ouvi um monte de gente dizer que Maysa era uma mãe desnaturada, piriguete e desvairada. Era? Como é que a gente pode se dar o direito de dizer isso, quando o filho, que deveria ser o mais revoltado com o comportamento dela, mostrou o perdão por entender que aquele era mesmo o jeito da mãe, e encerrou a série com um capítulo emocionante? Se você não assistiu, vale procurar na Globo.com, no Youtube, ou esperar sair em DVD, porque foi um belo trabalho, com figurino incrível e lindos cenários, além de ser parte da história da boa música brasileira.

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