quinta-feira, 31 de julho de 2008

Simbora!

Amanhã tem Netinho na Live. Vamos lá, vamos lá, vamos lá??? Pra relembrar os momentos inesquecíveis da adolescência, os Pré-Cajus bacanas com mamãe-sacode, fitinha no cabelo, e pochete. O aperto na curva do Iate, o corredor da folia, que era grandão, com banho de espuma saindo de uma lata de cerveja gigante, com direito a chuveiro quentinho depois. Eu morria de medo de pegar uma micose naquela espuma! Pra relembrar a época de ouro do Augustu's, quando Netinho gravou um cd aqui, e Durval entrava de moto no palco, dizendo "Que galera é essa, meu irmão? Eu vim de moto!". Eu nunca entendi exatamente o que tinha a ver a galera com a moto, mas quem tava se importando com isso? Lembro perfeitamente de uma chuva torrencial no Pré-Caju 98, e faltou luz no corredor bem quando o Asa entrou, adrenalina total! E Márcia Freire cantando na chuva, com uma toalha enrolada no microfone pra evitar tomar (mais) choques. E no final do Bora-Bora, Netinho cantava uma música que acho que era de Jheremias... "então não chore não, chore não, chore não. Vem cá, me dá um beijo que eu te dou meu coração!". Era bom demais. O percurso era imenso, eram 5 dias de festa, todo mundo chegava em casa de manhã e ainda achava pouco. Hoje, o percurso tem metade do tamanho, são só 3 dias na avenida, e eu já acho demais!
Ainda bem, que para alegria das pessoas que já passaram da idade (e do peso) de amanhecer pulando atrás do trio, existem esses shows em que a gente só grita e dança!


Bora?

A nossa música eu fiz agora



Realmente sem tempo para escrever.

Até sábado estarei numa missão, mas tentarei atualizar, nem que seja com música.

Não deixem de aparecer, meia dúzia de leitores!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Muitos parênteses.

Quando eu era bem pequena, depois de ler "A Maldição do Espelho" , de Agatha Christie (provavelmente o primeiro não-infantil que li), inventei de escrever um livro. Não lembro exatamente como era a estória, mas devia ser bem boba, o fato é que eu havia gostado do verbo "indagar", que até então era novo pra mim, e resolvi usá-lo na minha obra. Bom dia, fulana! - indagou beltrano. E o primeiro adulto que leu meu primeiro (e único) capítulo, me informou de maneira pouco simpática que indagar era 'perguntar', e não 'falar'. A lição ficou, mas a vontade de escrever, passou. Devo ter ficado traumatizada com o jeito delicado de ser criticada, ou então, simplesmente enjoei daquela idéia, o que não é muito difícil de ter acontecido.
Depois, passei a escrever empolgadíssima as redações da escola. Não que fossem boas, na verdade eram bem ruins, mas eu gostava de escrever, até que fui melhorando. Escrever virou a minha válvula de escape. Hiperatividade, tristeza, insônia, ansiedade, tédio, raiva, dor de cotovelo, tudo pra mim se resolve com papel e caneta (e agora teclado) desde sempre.
Sem falsa modéstia, algumas coisas que escrevi realmente foram muito boas (quem leu meus clássicos 'os pássaros', 'a seca', e outros textos escritos durante aulas de matemática, sabe disso), mas outras tantas são dignas do lixo. Várias vezes já pensei em fazer um livro com os textos que ficaram bons, claro que não pra vender, talvez pra dar aos meus amigos como lembrança dos meus 30, 40 anos, sei lá. Mas não vai dar. Basicamente porque os bons textos mais antigos eu perdi, e os mais recentes, sempre direcionados a alguém, quando escritos à mão, não guardo uma cópia, nem faço rascunho. Os que mando por e-mail são pessoais demais, não dá pra publicar.
Geralmente nas madrugadas em que não tem ninguém pra conversar comigo, chega a inspiração, e faz um bom trabalho. Porque diferente de todo o resto, quando eu releio essas cartas, não mudo nada. É tudo tão redondinho, que eu preciso mandar ao destinatário (que quase sempre é o mesmo). E anos depois, eu vejo a caixa de saída dos meus e-mails e lá estão os meus escritos. Eu releio e acho ainda melhores, aí tenho certeza que estou perdendo a mão pra coisa, porque nem se eu forçasse muito, escreveria aquilo novamente.
Tá explicado o motivo desse blog. Escrever à toa, sem nenhum tipo de pretensão. Escrever à vontade, sem ficar revisando o tempo todo. E guardar aqui as cartas que eu não mando.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Oh, l'amour...*

Amar em português é amar pouco. Quero ver alguém lhe amar em Icelândico... (Eg elska tig!!!), ou em Kapampangan, que o Google acabou de me dizer que é um dialeto das Filipinas... (Kaluguran daka!). Duvido que alguém lhe ofereça um amor Persa (Doo-set daaram...), ou que grite a plenos pulmões um 'eu te amo' supercomplexo em bom Vietnamita (Em ye^u anh!!!!!!). Não vale amar em inglês, porque todo mundo sabe... a globalização é pra isso (I love you!), nem em espanhol, porque é exatamente igual (Te amo!), muito menos em italiano, porque as novelas da Globo já ensinaram (Ti amo!). Interessante mesmo é dizer que ama em Hiligaynon, um idioma que não sei nem de onde é, e chega a dar um nó na língua (Guina higugma ko ikaw!). Amor de verdade tem que ser em Telugu, que dá tanto trabalho quanto o próprio amor (Nenu ninnu premistunnanu!!!).

Amar só em português é pra principiantes


* Texto escrito em março de 2007. O título foi mudado. Só o título.


sábado, 26 de julho de 2008

Um cheiro!

Adoro cheiro de café, de pipoca, de bebê. E o cheiro de um perfume alemão de nome impronunciável. Cheiro de Azzaro que apesar de ser tão comum, sempre me lembra uma mesma pessoa. E de Jazz, que nem sei se ainda existe, mas é o cheiro das minhas melhores lembranças. Cheiro de talco, de brigadeiro, de livro novo. Cheiro de alfazema, de almíscar, de baunilha. Cheiro de amaciante num lençol limpinho. Alho e cebola na frigideira, tinta guache, eucalipto, sândalo, lírio. Cheiro de piscina domingo de manhã. De acarajé, bala de melão, pizza e pão quentinho. Diva, o perfume favorito da minha vó. Bala de maçã verde, Giovanna Baby, e shampoo Vital Ervas. Adoro cheiros. Mas não gosto de cheiro de carro novo, nem de gasolina, que tanta gente acha bom. E aquele cheiro de terra molhada quando chove? É tão poético dizer que gosta dele... eu nunca gostei. Como se eu sempre soubesse que o cheiro não é da terra, é dos fungos. Definitivamente, não nasci mesmo pra poesia.


E você, gosta do cheiro de quê?

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ei...

Você diz que precisa ir embora. E eu digo que você pode ir, só não dou tchau porque por mim, você ficaria por muito mais tempo, ficaria o tempo todo. E você diz que tem mesmo que ir embora. Vai porque quer, não sou eu que estou pedindo. E continua aí, parado, me olhando como se quisesse ouvir uma coisa que sabe que não vou dizer. Do mesmo jeito que não lhe digo pra ir, não lhe peço pra ficar, então não me olhe desse jeito. Você só vai se quiser, e quando quiser. Não é isso que é liberdade? Não era isso que você queria? Então pare de anunciar sua partida esperando que eu lhe peça pra ficar, porque isso não vai acontecer. Até porque quando eu lhe pedi pra ficar, você fez questão de não me atender. Agora eu não peço mais nada.
Fique o quanto quiser. E pode ir a qualquer hora. Eu ainda vou permanecer aqui por muito tempo, volte quando tiver saudade, quando tiver vontade, quando tiver certeza. Mas volte.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Doriana

Claro que ela ganhou esse nome por causa da margarina. Seus pais, como todos os outros pais do mundo, sempre desejaram pra filha uma vida linda, cheia de sorrisos e momentos felizes, daqueles que de tão perfeitos, parecem acontecer em câmera lenta, como nos comerciais.
E assim foi, até que a menina cresceu e resolveu se apaixonar. Mas ela não sabia escolher seus amores, e invariavelmente se envolvia com homens que não valiam a pena. Era dedicação demais e reconhecimento de menos, sempre. A história se repetia, e só os nomes dos personagens eram diferentes.
Doriana entregava seu coração e suas expectativas a cada um deles, mas eles não sabiam o que fazer com uma responsabilidade tão grande, por isso, acabavam machucando seu coração e jogando suas expectativas pela janela. Mas lá embaixo estava Doriana, pronta pra juntar os pedacinhos dos planos que fazia para aquele relacionamento que acreditava ser promissor.
Sempre esperançosa, lá ia ela com seu coração remendado, entregá-lo novamente a alguém que não sabia o que fazer com ele. E a história se repetia, outras desilsões aconteciam.
Mas Doriana não tem nada de coitadinha, ela já pegou a prática, e antes que você pense em ter pena, ela já estará de cabeça erguida novamente, cheia de sonhos e muito determinada. Depois de tantas experiências, ela conseguiu perceber que dificilmente encontrará alguém que cuide do que é dela, melhor que ela mesma. Hoje Doriana não espera que a felicidade venha dos outros. Ela sabe que merece ser feliz, como num comercial de margarina. E que isso depende dela.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Eu tô falando de Amizade...

Dia 20 de julho é oficialmente o dia do amigo. No calendário, porque amigo de verdade é amigo toda hora, não tem dia, nem nada disso.
Tenho poucos, bem poucos amigos, posso fazer uma lista deles bem rapidamente, sem esquecer de ninguém. Mas eles são excelentes, valem muito e são pessoas bem melhores que eu, por isso que faço questão de mantê-los sempre por perto.
Arranjar companhia pra uma festa é fácil. Meus amigos me acompanham em festas, velórios, programas de índio, barcos furados, visitas a doentes, missas, salas de espera, filas e programas toscos em geral. Saber do que a gente gosta é fácil, mas só os amigos sabem do que a gente não gosta, e ainda se empenham para exterminar essas coisas da nossa vida.
Meus amigos são meu juízo, me indicam o melhor caminho, e sempre estão prontos pra ir me buscar quando eu me perco no caminho errado.
E eu me sinto tão confortável com todos, que geralmente eu nem preciso falar nada, eles sabem o que  estou pensando, e nos entendemos numa sintonia incrível, mesmo com todas as diferenças entre nós. Eles reconhecem os dias de hiperatividade pelo jeito de falar no msn, a tristeza em um simples "alô", e a TPM em um minuto de conversa. Sabem quando eu apronto, não sei como, mas sabem. E adivinham quando penso em aprontar, e isso não é exagero, basta pensar, e eles já perceberam.
São mesmo pessoas lindas, a quem devo muito e não canso de agradecer diariamente, não precisa ser 20 de julho nem nada. E são amigos de uma vida inteira, mesmo os mais recentes, porque eles chegaram há pouco, mas já sei que permanecerão. A amizade desconhece os efeitos do tempo, e simplesmente existe. Aquela amiga de infância que você não vê há anos e agora mora longe, aparece no Orkut, e vocês ainda têm assunto e empolgação pra conversar, como se nunca tivessem se afastado. A amizade ignora a distância e não se incomoda com os milhares de quilômetros que separam fisicamente você e aquele amigo tão querido. É o que faz manter os amigos de décadas, que fazem parte do seu cotidiano, da sua família, das suas melhores lembranças.
A amizade é um tipo de amor que a rotina não desgasta, a distância não esfria e o tempo não apaga. Bom, né?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A mamãe fica triste?

Cena 1: Mulher empurrando carrinho de compras no supermercado, e o filho pequeno pede um biscoito, um chee-tos ou qualquer coisa do tipo.
- Mãe, eu quero!
- Não, filho, deixe aí.
- Mas eu quero!
- Mas não vai levar.
- Eeeuuuuu queeeerooooooo! (choro escandaloso, se jogando no chão, esperneando)
- Pronto, pronto, pode levar!


Cena 2: Praça de alimentação do shopping, horário de almoço, mãe e filho numa mesa:
- Quer comer o quê?
- Sanduíche.
- Sanduíche é lanche, filho, tem que almoçar.
- Mas eu quero sanduííííííícheeeeeeeeee! (gritos, pulos na cadeira, chororô)
- Tá bom, tá bom, mas só dessa vez, tá, filho???

Cena 3: Mulher vai visitar uma amiga e leva o filho junto. Enquanto elas conversam, o menino entra e sai dos quartos, mexe nas coisas, chuta o cachorro, bagunça os porta-retratos da casa, pula no sofá...
- Fi-lhô... fique quietinho, por favor.
- ... (menino se fazendo de surdo)
- Meu amor, por favor, obedeça, brinque quietinho pra não cair...
- .... (continua se fazendo de surdo)
- Fi-lhô, não faça assim.... mamãe fica triste!

Você já deve ter visto pelo menos uma dessas três situações, não? Eu vejo sempre, e fico horrorizada. O que são essas crianças de hoje? O que são essas mães de hoje? Se eu me jogasse no chão pedindo uma coisa aos berros... eu não sei nem o que a minha mãe faria, porque eu certamente não faria isso. Acredito que você também não.
Como assim "mamãe fica triste"? Não é pra se jogar no chão porque é ridículo, porque é falta de educação, excesso de mimo, e não porque mamãe fica triste! Não é pra bagunçar as casas alheias simplesmente porque o não se deve bagunçar coisa nenhuma, pior ainda as coisas dos outros. Só por isso. Nada de "mamãe fica triste". Ah, mamãe, você fica triste? Problema seu!
Desde quando as crianças é que mandam em casa? Eu devo ter perdido algum capítulo da história da evolução da sociedade, porque quando eu era pequena (e nem faz tanto tempo assim), as mães não precisavam se descabelar, fazer terapia ou procurar livros de psicologia infantil pra educar os filhos. Eu nunca me joguei no chão pedindo nada, e na casa dos outros, ficava quieta. E se eu chegasse num lugar qualquer e por acaso não falasse com as pessoas, bastava um olhar da minha mãe, e eu já estava sorridente, dando "bom dia" a todo mundo.
Quando vejo um episódio de "Super Nanny", fico apavorada. Que meninos são esses? Quando é que eu ia sonhar em chutar a minha mãe, o meu pai, a babá??? Como é que pode uma mulher virar refém de uma criatura que ela pariu? Cadê a autoridade? Se eles aprontam com os pais, o que fazem com as professoras?
O que vai ser dessas crianças que nunca ouvem um "não", quando crescerem? Filho, não vire bandido, porque a polícia fica triste...