segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Pra você, em 2009.




"Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante

Quando você ficar triste
Que seja por um dia e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas que rir de tudo é desespero

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor pra recomeçar,
Pra recomeçar.

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar

Quando você ficar triste
Que seja por um dia e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas que rir de tudo é desespero

Desejo que você tenha a quem amar...

Desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele pelo menos uma vez
Quem é mesmo o dono de quem

Desejo que você tenha a quem amar..."

(Frejat/Mauricio Barros/Mauro Sta. Cecília)

sábado, 27 de dezembro de 2008

Os Muy Amigos


A intuição é mesmo uma coisa incrível. Às vezes você simplesmente não consegue confiar numa pessoa, por mais que ela tente lhe mostrar que é gente boa, confiável, dedicada, leal e tudo mais. Também existem as pessoas com quem temos afinidade imediata, e em pouco tempo sentimos como se já as conhecêssemos há anos. É bem melhor quando acontece o segundo caso, porque o primeiro é sempre muito desagradável. É gente com quem você tem que conviver, pelo sim, pelo não. Gente que faz parte da sua vida e de alguma forma se fez importante em determinado momento, mas é gente que vai aproveitar a primeira oportunidade pra lhe aprontar algo. Nem é preciso ter um motivo justo pra isso, há pessoas assim, precisam diminuir os outros pra se enxergarem maiores. O que fazer com esse povo? Nada. Você precisa se preocupar apenas com os seus amigos. Eles são amigos da onça, deixe que ela cuide do futuro deles.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

I Know What You Want and I Got What You Need

Eu gosto dos seus olhos que de perto são incrivelmente bonitos. E gosto ainda mais desse sorriso que tem aparecido tão pouco. Seu cheiro é qualquer coisa de apaixonante, e seu bom humor sempre me quebra as pernas. A falta disso tudo em minha vida ganha nome: saudade. Saudade que ora incomoda, ora faz aparecer um sorrisinho ao lembrar de você. Saudade declarada quase que diariamente, e ignorada por motivos que levei muito tempo para compreender. Era tentar entender ou desistir. Resolvi aprender a ser paciente e me colocar em seu lugar, até que entendi seu jeito de pensar e agir. Não se pode simplesmente "deixar pra lá" algo que se quer de verdade, anote isso aí, pode ser que sirva pra alguma coisa. Bem, o fato é que eu não concordo, mas juro que hoje entendo esse jeitão que já me irritou tanto. Vou lhe deixar perceber sozinho que isso não adianta muita coisa, pelo menos comigo, porque em matéria de teimosia a gente empata. Não quero parecer arrogante, mas honestamente, eu sei do que você precisa.

Apenas.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Mais... abraços?



É verdade, nunca fui de abraços. Nem de beijos. Preste atenção quando falar comigo, eu sempre abraço com um braço só, e sempre beijo só um lado do rosto. Dois beijinhos? Não, isso é demais pra mim. Dizem que quando pequena, eu dizia que abraços me sufocavam. Meus poucos abraços e beijos são só pra ocasiões especiais. Então, a pergunta que mais me fizeram depois do último post foi: "Você quer mais abraços? Como assim?". Explico. De fato, quero. Pra ser um pouco mais normal, mais sociável. Mas principalmente porque essa semana um abraço que recebi mudou meu jeito de ver as coisas. Um abraço demorado, dado espontaneamente, sem absolutamente nenhum motivo. Um abraço cheio de vontade de estar perto, com um cheiro delicioso. Um abraço que derreteu um coração gelado. E são abraços assim que eu quero. E quero muitos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

2009 vem aí...

Nove. Tá aí um número que eu gosto. Acho que por isso tenho feito planos para o ano que vem, coisa que nunca fiz. Eu perco muito tempo aproveitando o presente, quase não penso no futuro. Até porque o futuro é sempre incerto, né? Mas dessa vez, vou fazer diferente, 2009 vai ser bom. Não dizem que a força do pensamento faz coisas incríveis? Tô apostando nisso. E apostando alto.
Em 2009 quero muita saúde, e mais bom humor, viagens, sorrisos, abraços e muitos momentos incríveis, daqueles que a gente fica lembrando em câmera lenta depois, só pra sentir tudo de novo. Quero sorte e proteção num grande (e antigo) projeto. Quero estar sempre em boa companhia. E ser uma boa companhia também. Quero mais disposição, criatividade, e novas realizações profissionais. Quero mais dinheiro, pra poder fazer um monte de coisas bacanas. Quero que os meus amigos sejam bem-sucedidos em tudo também. Quero ser mais coração sem perder a razão. Quero mais glamour, e que meu fígado continue sendo um parceiro excelente, porque 2009 tem que ter muito champanhe pra brindar cada vitória. E que sejam muitas. Quero ser uma pessoa melhor, ter mais paciência, ser menos ansiosa, mais proativa, menos estourada, mais delicada, menos imediatista. Quero ter 15 minutos todos os dias pra fazer uma prática de meditação. E quero fazer algo relevante por alguém que precise. Quero ser mais atenta e menos hiperativa. Achar mais graça nas coisas e ser mais compreensiva.
Quero realizar sonhos, mesmo que sejam pequenos. Quero me livrar dos fantasmas do passado, quero ser mais desapegada às coisas. Quero dar mais valor a quem gosta de mim, e demonstrar que sou grata de verdade por isso. Quero ser mais afetuosa, e dizer a todas as pessoas queridas o quanto elas são importantes pra mim.
Quero ser mais persistente, e não desistir facilmente das coisas que forem boas pra mim. Mesmo que sejam difíceis ou demoradas. Quero traçar metas, e alcançá-las. Quero dias melhores, e domingos menos tediosos. Quero dormir bem, sempre. E mais madrugadas divertidas. Quero fazer com que as escolhas erradas valham a pena, pra não perder tempo com arrependimento. Quero me recuperar completamente de um sentimento que não deu certo e só me machucou. Quero estar pronta pra encarar novos desafios. Quero ser mais justa, principalmente com quem quer o meu bem. E aprender a controlar o excesso de sinceridade.
Quero escrever mais, e melhor. Fazer com que os finais de semana durem mais. Quero dar mais atenção às pessoas queridas que não podem estar perto. Quero que o Astral me ouça, alto e claro, e dê uma forcinha pra fazer tudo isso acontecer. Por um ano melhor. Que assim seja...


... e que venha 2000inove!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Google Analytics

Um dia desses resolvi colocar o Google Analytics aqui. Pra saber mais ou menos quantas pessoas vinham ler minhas maluquices. Incrivelmente, neste humilde blog passa mais gente do que imaginei. Gente de Belo Horizonte, Cuiabá, Porto Velho, Vitória, Teresina, Uberlândia, Araxá, Wadgassen (sim, na Alemanha!), Almada, Aveiro e Linda-a-Velha (Portugal, ora pois!). Um monte de gente vem parar aqui pelo bom e velho Google, pesquisando coisas bem diferentes, como "O que é pastéia?", ou "doce de leite no pastel de vento", "como fazer pastel de vento?", e até pesquisas sem nenhum sentido, como "exercícios das rodas dos ventos por fazer do 7 ano".
Tem gente que chega aqui via Rede Blogo, que me incluiu lá nas atualizações, não conheço a pessoa que fez isso, mas agradeço imensamente. Favoritei aqui também! Outros chegam pelo link do Blog de Tio Lillo. A média de tempo que o pessoal passa aqui é de 2 minutos, e o texto mais lido é "Eu tô falando de amizade".
Claro que essas informações não são exatamente relevantes pra você que está lendo, mas pra mim, são. Afinal, eu sempre achei que esse blog tinha só 3 leitores. E você, como veio parar aqui???

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Capitu

Beirut - Elephant Gun


Li Dom Casmurro pela primeira vez na sexta série. Eu estava dois anos adiantada, e acho que era uma leitura muito complicada pra uma menina de 10 anos, porque eu li e achei péssimo. Péssimo mesmo. Muito tempo depois, resolvi reler, pra ver se eu era a única pessoa do mundo a não ter nada a comentar sobre a grande obra-prima de Machado de Assis. Reli, me esforçando pra não levar em consideração minha impressão anterior.
Honestamente, não consegui gostar do livro. É bem-escrito, é verdade, porque uma estória tão simples ainda conseguir gerar polêmica 100 anos depois, é coisa de mestre mesmo...
E aí, Capitu traiu Bentinho? Sei lá. Mas realmente não acho que esta seja uma informação relevante pra minha vida. Lógico que este comentário não pode chegar aos olhos e ouvidos dos fãs da obra, que são muitos. Ou não. Porque estamos no Brasil, o país do analfabetismo funcional, que em cada mesa de bar tem um intelectual de plantão pra falar dos olhos de ressaca (vá, de ressaca), os olhos de cigana oblíqua e dissimulada (eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada eu sabia), citando trechos tão batidos que até eu decorei.
Aí vem a Rede Globo e aproveita essa oportunidade de repetir o sucesso de "Hoje é Dia de Maria" e "A Pedra do Reino", fazendo uma ópera bufa super cool, com uma campanha de marketing inovadora, uma Capitu jovem tatuada e uma música-tema que é um chiclete de ouvido delicioso, que já está nos vídeos favoritos do Orkut de meio mundo (e no comecinho desse post também).
Maria Fernanda Cândido é linda, Michel Melamed é um excelente ator, e a Globo mostra como é que se faz uma produção bem-feita. Fecham-se as cortinas. Fim.

Bem por aí...

Um amigo muito querido sempre usou um "provérbio não-sei-de-onde" que diz que temos dois ouvidos e uma boca justamente pra ouvir mais e falar menos, pra explicar o motivo de estar prestando atenção a tudo, mas de um jeito quase sacerdotal. Era ouvir, ouvir, ouvir e calar. Anos e anos depois de ter escutado essa explicação pela primeira vez, percebo que ele fazia mesmo o certo.
Farei uma lista de metas a cumprir em 2009, e falar menos estará no topo. Ficar calada é quase sempre o mais certo a ser feito... ao longo da vida você vai aprendendo que não adianta falar coisas que as pessoas não estão prontas para ouvir.
Falar demais não dá certo.


Não dá certo mesmo

Sorte de Hoje

Para conquistar boas coisas, precisamos sonhar e agir



Sábias palavras, Orkut. Sábias palavras.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

F 60.31

Você escreve uma coisa.
Adora.
Publica.
Acha muito depressivo.
Tira do ar.
E daí que é baixo-astral?
Publica novamente.
Odeia o que escreveu.
Muda o texto.
Agora sim...
Toma um ansiolítico.
Muda de idéia.
Volta ao texto inicial.
Depois apaga tudo.


É assim mesmo...


Só por hoje...

... não vou me preocupar com o amanhã.

... vou evitar o contato com pessoas que me maltratam.

... não preciso ter pressa.

... não tentarei corrigir ninguém, a não ser a mim mesma.

... tentarei resolver apenas o que me é possível.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Seja + Solidário

Por falar em solidariedade, o Polvora! lançou uma campanha bacana, que alguns blogs já estão ajudando a viralizar (eu vi no Querido Leitor). Eu tenho poucos visitantes, é bem verdade, mas farei a minha parte também! Vem aí o Natal, que é uma época excelente pra quem precisa de um motivo pra ajudar. No Natal é que se vê com mais clareza como há desigualdade no mundo. De um lado (o nosso lado), presentes, família e muita comida. Do outro lado... bem, do outro lado é bem diferente.

Estive hoje na agência central dos Correios, eles têm um projeto bem bacana, chamado Papai Noel dos Correios, se você ainda não conhece, vale a pena. As cartinhas endereçadas ao Pólo Norte ficam numa mesinha, à disposição de quem quiser adotar uma delas. É chegar, sentar, ler e escolher uma carta, que você leva pra casa e devolve junto com o presente que a pessoa pediu. Um carteiro fantasiado de Papai Noel faz a entrega, e o remetente deve ficar mesmo muito feliz com isso. É um jeito muito simples de fazer alguém sorrir, porque há pedidos que cabem em qualquer bolso. Claro que muitas crianças pedem Playstations (a culpa é de Maísa!), celulares, televisões e coisas assim. Mas também há coisas mais baratas, como bicicletas, patins, skates... e coisas muito baratas, como sandálias, porta-retratos e bolas. Por incrível que pareça, material escolar está no TOP 5 dos pedidos. Tem como negar cadernos a quem tem vontade de estudar? De jeito nenhum. Outros pedem uma calça jeans ou um tênis pra escola. Há também adultos que pedem uma cesta básica pra noite de Natal, um colchão, blocos, telhas, nebulizador pro filho com problemas respiratórios, roupas pra ir à igreja no domingo, etc. etc. etc.
É bom pra quem recebe e tem seu desejo realizado, e é melhor ainda pra você, que tem a oportunidade de perceber como a sua vida é boa, e ainda assim é tanta reclamação...
Em todo canto do país há uma agência dos Correios responsável por esta ação. Procure uma perto de você nesta lista. E seja mais solidário!


domingo, 30 de novembro de 2008

As enchentes em Santa Catarina

Não se fala em outra coisa. Internet, televisão, jornais, revistas, mesas de bar, todo mundo fala do flagelo catarinense. Uma catástrofe, de fato. Não dá pra ter idéia de como é perder tudo que se tem. Com quem é que se reclama da chuva que de repente destrói a vida que você construiu? Realmente, é uma situação triste. Ainda bem que há a solidariedade. Tenho visto blogueiros fazendo campanha, empresas fazendo doações, trabalhadores doando parte do 13º salário pra aliviar a situação de quem foi atingido pela catástrofe. Acho digno, acho lindo, nobre e tudo mais. No meu Orkut um monte de gente fazendo campanha pelos flagelados da cheia.
Oi, nós estamos no Nordeste, lembra? Sim, a região com os índices mais altos de analfabetismo, fome, desemprego, mortalidade infantil etc., etc., etc.. Estamos em Sergipe, e você sabia que nas duas últimas semanas nove municípios já decretaram estado de emergência? A estiagem já está castigando os sertanejos. Eu não sei se você já viu o chão rachar de tão seco. Eu já vi. E lembro que foi um soco no estômago ver na estrada um monte de meninos magros e descalços com canequinhas de alumínio nas mãos pedindo aos carros que parassem. Dinheiro? Não, eles pediam água. "Ou um resto de comida", se você não tivesse água pra dar.
Eu sei que a seca é de total interesse dos políticos. Aliás, você conhece alguma ONG que trabalhe o ano inteiro em prol dos flagelados da seca?
Sei também que o dinheiro tem o destino que o dono bem entender. E se você quer doar ao Fundo Estadual de Defesa Civil (Banco do Brasil, Ag. 3582-3, C/C 80.000-7), doe! Doe, porque faz bem. O que me deixa triste é saber que é mais fácil doar pra gente que está a milhares de Km daqui, porque se você quiser ajudar aos sertanejos, desculpe, mas eu não sei em que conta você pode depositar seu dinheiro.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Akinator

Eu lembro que na época do lançamento do filme A.I. - Inteligência Artificial, de Spielberg, fez o maior sucesso o site do filme, que tinha um espaço para você digitar perguntas, que eram prontamente respondidas epla inteligência articicial do site. Na época, era impressionante, você perguntava qualquer coisa e a máquina respondia quase sempre corretamente. Depois, surgiram os msn's inteligentes, é só adicionar e conversar à vontade, as máquinas sabem conduzir uma conversa quase que com perfeição.
Eis que hoje, anos e anos depois, eu vejo um tal Akinator me impressionar. Akinator é o gênio da web, e seja lá quem for o responsável pela criação deste gênio, realmente se dedicou pra fazer um negócio bem-elaborado. Pense em quem você quiser, responda às perguntas que ele lhe faz, e deixe que ele "adivinhe" em quem você pensou. Pode começar pelo básico, pensando em Madonna, Angelina Jolie, Barack Obama... mas pode ir mais longe, e pensar em Netinho (sim, o da Bahia), Lucas Lima (é, o marido de Sandy), Milene Domingues (a mãe do filho de Ronaldo, sabe?) etc. Jogue umas 10 vezes e veja quantas Akinator erra. Já aviso que ele erra pouco, muito pouco. A quantidade de informações que o banco de dados dele tem deve ser absurda, porque, né... Lucas Lima, minha gente?
Claro que às vezes ele erra, mas humildemente assume a derrota e propõe um novo desafio. Meu novo passatempo é fazer Akinator errar. Tente você também: http://en.akinator.com/

sábado, 15 de novembro de 2008

Seu problema é você

Você está aí porque quer. As coisas não nos acontecem, simplesmente. Nós é que fazemos com que as coisas nos aconteçam. Claro que às vezes isso é inconsciente, mas se você for analisar direitinho, absolutamente nada lhe aconteceu por acaso. Seus amigos são pessoas que você cativou, seus inimigos são pessoas que não conseguem lhe admirar, ou pessoas a quem você magoou, fez mal ou ofendeu algum dia. Aquela história de só colher o que se planta só se tornou clichê porque cansou de se repetir.
Você não precisa ser muito inteligente pra perceber isso. Precisa só prestar atenção. Portanto, preste atenção no que eu vou falar, porque não sei se terei paciência de dizer novamente:
Pare de bancar a vítima. Nesse caso não adianta ficar parado, como se estivesse esperando que lhe ajudem. Você não quer ajuda. O que você quer é outra coisa. É fazer a sua própria realidade, é fazer o mundo do jeito que lhe é conveniente.
Seu problema é só você. Seu problema é não saber escolher as coisas. Você não sabe escolher o que vestir, nem com quem se relacionar. Também não sabe escolher o que dizer a quem se preocupa com você, aí usa poucas palavras. Poucas e erradas. Você nunca pensou em melhorar, nunca tentou procurar o seu próprio valor. Então, fez o que era mais fácil, escolheu viver cheio de coisas e pessoas de muito menos valor. Assim você é sempre o melhor. Não é o certo, mas faz sentido. Pra quem quer pouco da vida.

Isto não foi escrito para você que está lendo agora... mas não deixe que isso lhe aconteça também. Queira sempre o melhor. Mesmo que esteja longe, que seja difícil. Não se deixe misturar com gente que não vale a pena. Não seja como quem anda com gente mais feia só pra se destacar como se fosse bonito. Um dia vão perceber a sua estratégia. E vão escrever sobre isso num blog qualquer.

Para ler ouvindo:
Paulinho Moska - A seta e o alvo

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América. Um homem disposto a recuperar uma potência econômica que foi bagunçada por um vaqueiro maluco, que passou 8 anos sem saber o que fazer com tanto poder, e - como é comum acontecer quando não se sabe o que fazer - só fez besteira. Barack Obama, um democrata. Um democrata negro, filho de um queniano, que levou às urnas milhões de americanos esperançosos. Um povo que não é obrigado a votar. E nem sempre a urna dos ianques é eletrônica. Mas eles fizeram filas. Filas enormes, e cheias de idosos, deficientes, estrangeiros naturalizados americanos, e artistas, que se envolvem em política não pelo cachê, mas por ideologia. Esse povo escolheu Obama. Logo os americanos, aqueles que não aprenderam a comer direito, e fazem piadinhas sem graça quase sempre. Eu disse quase.




sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Meio e Fim

O alarme já tocava no volume máximo. Ela havia dormido demais. Acordou num sobressalto, desceu da cama com o pé esquerdo, e quando se deu conta disso já era tarde pra tentar consertar. Abriu as cortinas e o sol lhe ofuscou os olhos, que ardiam, talvez por ter passado muito tempo no escuro, ou por ter chorado demais antes de dormir. Atrasada, correu pro banho, no caminho, tropeçou num chinelo e bateu o cotovelo na quina da porta. Apressada, passou o condicionador no lugar do shampoo. Perdeu mais tempo ainda. Escovou os dentes mas errou na força e no jeito, bateu a escova forte demais na gengiva, que imediatamente sangrou. Respirou fundo. Não adiantava mais correr, já estava atrasada mesmo. Foi tomar um iogurte antes de sair de casa, tomou metade num gole, e só aí sentiu um gosto estranho, estava fora da validade. Mais uma vez, tarde demais pra tomar uma atitude, começou a torcer pra não passar mal. Correu e conseguiu pegar o elevador, mas a porta bateu com a chave ainda dentro. A porta não abria por fora, o jeito era chamar um chaveiro mais tarde. Mais tarde, porque agora tinha que ir trabalhar. O elevador enguiçou. O zelador chegou em 10 minutos, até rápido, mas ela teve que descer os 11 andares de escada.
Pegou um ônibus cheio, e foi. Chegou à repartição em que trabalhava, e viu tudo fechado. Perguntou ao segurança o que havia acontecido. O time da pequena cidade foi campeão, o prefeito decretou feriado pra população comemorar. Lamentou ter passado a noite chorando, sem ligar a televisão. Se ela tivesse amigos, certamente um deles ligaria pra avisar, ou pra chamá-la pra sair e comemorar a tal vitória. Mas não era o caso, ela não tinha amigos. Foi andando até o ponto de ônibus, e só aí se deu conta da quantidade de gente com a camisa do time pelas ruas. O ponto ficava ao lado de uma banca de revistas, e enquanto esperava pra voltar pra casa, folheava uma revista de horóscopo. Aproveitou pra ler o que os astros previam para seu signo. Felicidade plena, momentos de descontração, realização profissional, um grande amor e sorte no jogo. Este deveria ser o momento dela, o astral dizia que seria um excelente mês para os aquarianos. Fechou a revista, subiu no ônibus e voltou pra casa.
O elevador ainda estava quebrado. Começou a subir as escadas já com preguiça. Lá pelo sétimo andar, lembrou que precisaria chamar um chaveiro, mas não tinha o telefone de nenhum. Desceu, pediu ao porteiro que lhe conseguisse um. Subiu as escadas e esperou mais de uma hora pelo rapaz, sentada no chão do corredor. Quando ele chegou, o elevador já funcionava normalmente.
Em questão de minutos, uma chave nova estava pronta, e ela entrava em casa sem um real na bolsa. O serviço custou o dobro do que deveria, afinal, era feriado. Tentou voltar a dormir, em vão. Ligou a televisão, foi até a cozinha, pegou um copo de suco, uns biscoitos, e na volta, tropeçou no tapete da sala. Como não poderia deixar de ser, o suco acabou caindo na televisão que pifou em poucos segundos. Nada mais previsível para aquele dia.
Desistiu de comer, e não sabia mais o que fazer. A culpa era do pé esquerdo, só podia ser.
Sem amigos, sem televisão, não sabia como ocuparia o resto daquele dia que estava só começando. Lembrou que tinha uns livros juntando poeira na estante, resolveu espaná-los pra ter o que fazer. Como era de se esperar, um deles - o mais pesado - caiu. Bateu primeiro na cabeça, depois no pé. Desistiu. Aquele realmente não era um bom dia. O mês começou mal. Aquilo estava muito errado, afinal, ela era aquariana! Começou a imaginar o que mais poderia acontecer dali pra frente. Começou a encher a banheira, enquanto procurava aquele remédio pra enxaqueca, que baixava a pressão e dava sonolência. Era do que ela estava precisando.
Entrou na banheira cheia e tomou duas caixas do remédio. Se a tendência era piorar, resolveu cortar caminho. Enquanto esperava, pensava se morreria por causa dos remédios ou afogada. Pensava quanto tempo levaria pra alguém notar sua falta. Seria o porteiro? Algum colega? O caixa da padaria? Aos poucos os pensamentos foram se perdendo na escuridão, e antes de morrer, achou engraçado não ter visto o tal filme que dizem que passa na cabeça das pessoas quando estão morrendo. Pensou que se tivesse saído da cama com o pé direito talvez o filme passasse e ela conseguisse lembrar de alguma coisa interessante... mas agora já era tarde demais. A última coisa que passou por sua cabeça foi que o começo de sua história nunca seria conhecido. Não que alguém fosse se interessar, mas...


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Vendo por outro ângulo.






Uma possibilidade otimista, é verdade.
Mas nenhuma hipótese deve ser descartada.
Principalmente quando o objetivo é se livrar daquele monte de interrogações que insistem em permanecer nos seus pensamentos.

Né?

domingo, 19 de outubro de 2008

Descobertas

Você descobre que quer muito uma coisa. Depois descobre que não pode ter. Mas sonha, tenta, insiste, mostra que é brasileiro, não desiste nunca. Faça chuva ou faça sol. Você descobre que é uma tarefa mais complicada do que imaginou. Do que qualquer pessoa poderia imaginar. Aí você pensa duas vezes, mas toma fôlego e vai em frente. Tempos depois vê que isso só parece impossível pra você. Descobre que um monte de gente já teve. E que muita gente ainda vai ter. Aí você descobre que as coisas não dependem de você. Descobre que perdeu tempo. E torce pra perder a empolgação. Mas não perde. Descobre que às vezes é melhor calar. E esperar. Descobre que a esperança é mesmo a última que morre. É melhor começar a pensar num jeito de descobrir como se mata essa tal esperança.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Insônia

Dormir é quase sempre complicado. A combinação sono+cama não é o suficiente. Existe a ansiedade, que não é pouca. E a hiperatividade, que de vez em quando resolve aparecer. E o calor? Mesmo que só você sinta esse calor, um banho gelado deve resolver. Pena que banho gelado desperta, a água tem que estar morna, como o médico já recomendou... dilata os vasos, e você relaxa. Você, não eu. Ah, contar carneirinhos pode ser a solução, mas eu simplesmente não consigo imaginar carneiros pulando cercas, aliás, carneiro pula? Não é cabrito que pula? Ou as ovelhas que a gente tem que imaginar são aquelas de desenho animado? Esqueça as ovelhas. Leite morno, que tal? Não gosto de leite, então pra mim não serve também.
Exercício de respiração. Um professor de Botânica já me ensinou o passo a passo: escuro, silêncio, inspirar fundo, expirar devagar, e se concentrar apenas no ar que entra e sai dos pulmões. Sem condições, quanto mais eu respiro, mais tensa fico porque ainda não consegui dormir. Televisão! Claro, como eu não pensei nisso antes? Uma pena eu não gostar de televisão, e uma pena maior ainda é o meu controle remoto estar quebrado há mais de um ano. Quem vai levantar da cama pra zapear de madrugada? Deixe pra lá.

Um chá de camomila? Maravilha! E o efeito? Nenhum. Voltamos à estaca zero. Ok, são 3 da manhã. Que tal ler? Ah, a essa altura não tem mais como conseguir me concentrar no texto. Que calor é esse? O vento frio que entra pela janela está desviando de mim. Por falar em vento, a essa hora até o ruído do ventilador de teto chama a atenção, e dá um certo nervosismo.

Não tem ninguém no msn. Absolutamente ninguém. Também não dá pra ficar lendo notícias, a atenção foi embora. Na caixa de entrada, 38 e-mails esperam resposta. Você vai responder? Porque eu só responderei amanhã. De mau humor, logicamente. O despertador vai tocar às 7:30. Quanto tempo eu tenho pra dormir? Nem contar eu sei mais.

Será que eu não podia ter pensado nesse monte de coisas durante todas as outras horas que o dia teve? Por que é que todas resolveram aparecer justamente quando eu queria dormir? Ok, já consegui perder uns minutinhos escrevendo. Não que vá sair algo que preste, mas já é bem melhor que ficar na cama esperando a boa vontade dos pensamentos irem embora.

Começo a achar que vai ser difícil o negócio hoje. Cadê aquele Lexotan de emergência? Acabou há tempos. É, dormir tá ficando complicado mesmo.

Opa, um bocejo! Bom sinal, bom sinal. Agora é correr pra cama e tentar conseguir 4 horinhas de sono (o cálculo demorou, mas saiu!!). Quer dizer... correr não, que aumenta a adrenalina. Vou beeeeeem devagar!



quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O que é bom fica

Algumas pessoas chegam em nossa vida simplesmente pra fazer figuração, outras pra fazer companhia, pra dar risada, dar a mão quando precisamos... e umas poucas chegam pra ensinar. E eu não estou falando daquelas pessoas que sempre têm uma opinião formada sobre tudo, desde o acasalamento de chinchilas até as regras de conduta da NASA. Tô falando de gente que nos ensina as coisas sem perceber.
Hoje estive comprando coisas para o aniversário do meu afilhado. Balas, jujubas, pirulitos e essas besteirinhas. Na saída da loja, um menino me pediu pra comprar um "ventinho" pra ele, porque era só R$1,10. O "ventinho" era um catavento com umas bolinhas doces dentro. Eu disse que ficaria pra próxima. E o menino ficou lá na porta da loja, olhando aqueles doces todos. E menos de 30 segundos depois, eu voltei, chamei o menino pra escolher o tal ventinho da cor que ele quisesse. Ele escolheu o vermelho, e ficou todo felizinho. "Tá bom? Quer mais alguma coisa?". Ele não quis. Agradeceu pelo ventinho e foi se juntar à mãe, que pedia trocados pra uma filha deficiente, numa cadeira de rodas.
Por muito tempo convivi com alguém que age assim sem precisar dos 30 segundos pra consciência pesar. Até porque ele não faz por peso na consciência. Faz porque é assim e pronto. Porque acha que dar parte do que tem é um jeito de agradecer, é um jeito de acertar as contas com a vida. Alguém que onde quer que esteja, vendo uma criança pela rua, dá um pacote de biscoito, uma pizza, um churrasquinho, um McLanche Feliz. E dá atenção, conversa pra saber o que aconteceu pra ela estar na rua. Alguém que desde que começou a trabalhar, abriu mão de comemorar o aniversário no dia em que nasceu, porque é o dia das crianças. Aí aproveita que é feriado, e vai passar o dia num setor de oncologia infantil qualquer. E volta pra casa cheio de desenhos em giz de cera, que são guardados ano a ano. A festa de aniversário fica pra qualquer dia de qualquer mês. Tão bonito, isso, e tão verdadeiro.
Hoje eu lembrei dele. Saindo com uma sacola cheia de doces pra um menino que já tem tanta coisa, como é que eu podia negar umas bolinhas de açúcar a um outro que com seus 7 ou 8 anos, estava numa calçada no comércio, num calor infernal, ao lado de uma mãe pedinte e uma irmã deficiente? Um pinguinho de doçura sempre faz bem, e sabe-se lá como é amarga a vida deles...

Eu sei que ele vai ler isso, e vai ficar sabendo que pode estar longe como for, mas o melhor dele permanece aqui.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Da arte de escrever

Inexoravelmente aturdida pela prosopopéia prolixa que esporadicamente encontro em livros, artigos e crônicas, percebo ser inexequível o entendimento de tamanha miscelânea de vocábulos pinçados meticulosamente do léxico com o propósito único de exibir a conjecturada intelectualidade do autor. Já que a leitura é também uma modalidade de linguagem, indago-me: o interlocutor desta comunicação que ocorre de forma tão rebuscada, mesmo que não seja um néscio, um pacóvio, compreenderá inteiramente a representação daquele que expressou por meio da escrita seus devaneios ou fatos reais que fizeram parte da sua existência? É certo que os mais letrados (e os mais pedantes, obviamente) concluirão a leitura com louvores inexatos ao que acabaram de ler, para que não sejam aviltados e comparados com os estúpidos. Asserto que tal requinte linguístico serve tão somente para preencher espaços na ausência de conteúdo verdadeiramente interessante.

Escrever não é só juntar palavras. Mesmo que sejam palavras bonitas. Mas acho que isso está na moda, porque tenho visto muita gente nessa linha, em jornais, inclusive. O que me espanta é que são pessoas jovens escrevendo assim. Se for moda, é bom que passe logo, e se não for, vou começar a me despedir agora dos livros, enquanto eles ainda são escritos por gente normal, que não precisa enfeitar os textos com um milhão de palavras que ninguém usa. Eu tenho déficit de atenção, e não consigo nem chegar à segunda frase, já preciso voltar ao começo, porque me perco toda. Escrever é difícil, é uma arte. E como em toda arte, é preciso talento. Despertar e manter o interesse do leitor não é pra qualquer um. Os textos caramelizados com flocos crocantes e cobertos com o delicioso chocolate Nestlé que me perdoem, mas eu prefiro os mais simples. Porque eu, humildemente acho que o mais importante na comunicação é o entendimento.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"Meu amor me dê um sinal..."

Leia ouvindo:


"No momento em que nos comprometemos, a providência divina também se põe em movimento. Todo um fluir de acontecimentos surge ao nosso favor. Como resultado da atitude, seguem todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajuda, que nenhum ser humano jamais poderia ter sonhado encontrar. Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma, o poder, o gênio e a magia.”



Quando você acorda sem saber se vai em frente no que quer ou simplesmente deixa pra lá, recebe essa citação de Goethe por e-mail.

E você, que adora acreditar nessa coisa de destino, já começa a analisar o quanto está disposta a crescer. Goethe, o senhor é um fanfarrão!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tickets For Stress

Leia ouvindo


Eu adoro Madonna. A-do-ro. Acho mesmo que ela é a diva do pop, e que não tem Britney, não tem Amy, nem nenhuma outra cantora pra ser tão polêmica e saber usar isso a seu favor quanto Madonna. Sempre disse que na próxima encarnação, quero vir Madonna. Pense comigo, ela fez o que quis e o que não quis quando era mais nova, todo tipo de exagero, hoje, aos 50 anos, ela é uma senhora dedicada à cabala, ortodoxa na educação dos filhos - um adotivo, inclusive - que além de uma disciplina espartana (veja o making of de algum DVD dela), tem a flexibilidade que poucas jovens de vinte e poucos ano têm. Quem vê essa mulher hoje adaptada ao estilo britânico de vida, dificilmente relaciona sua imagem aos tempos do chicotinho e máscara, com simulação de orgias no palco e tudo mais. Ela é mesmo um diva, e soube se reinventar ao longo dos anos, e entre escândalos e glórias, esteve sempre no topo. Agora ela vem ao Brasil, e dificilmente virá de novo. Eu não tive paciência de esperar o site dos ingressos se reestabelecer da pane técnica, e não vou ao show. Vou esperar pra ver se alguma tv compra os direitos de exibir alguma das apresentações dela. Com isso até já estou conformada... mas eu não me conformo mesmo com uma coisa: por que diabos Madonna nunca juntou os dentes da frente?

sábado, 30 de agosto de 2008

Horácio

Ele sempre andava em contramão. Horácio tinha potencial, mas não sabia o que fazer com ele. Ele conquistava as coisas sem muito esforço, e depois deixava pra lá, como um menino mimado que quer muito um brinquedo, e cansa dele assim que o tira da caixa. Alguém assim tão instável só podia mesmo ter uma vida muito complicada. Assim era Horácio. Refém das próprias escolhas, ele não sabia mais ser de outro jeito. O tempo passa mais devagar quando estamos insatisfeitos, até parece que o mundo faz de propósito, pra nós percebermos que estamos no caminho errado. E Horácio tinha vocação pras escolhas ruins. Onde quer que fosse, sempre havia um dedo apontado pra ele, e um nariz torcido, como se ninguém nunca tivesse escolhido um caminho errado. Resignado que era, Horácio fingia não perceber, e seguia sua vida atrapalhada. Às vezes alguém se compadecia, tentava mostrar outra direção, mas ele insistia teimosamente em continuar. Outras vezes, aparecia alguém que se esforçava e ia ajeitando tudo que havia pela frente, pra facilitar as coisas, mas Horácio nem percebia, em pouco tempo a pessoa já estava muito cansada e machucada por tentar carregar aquela bagagem grande demais que ele levava. Muita gente se aproximava dele pra pegar uma carona, já que também estavam seguindo naquela direção, e aproveitavam o máximo que podiam, depois sumiam, sem agradecimentos ou despedidas. Parece que o destino de Horácio era mesmo ser sozinho. Ele parecia sempre muito confortável carregando aquela mala imensa, ignorando os conselhos e os mapas que a ele ofereciam.
Se você encontrar com Horácio, não tente ajudá-lo, por mais que lhe parta o coração ver aquele bom moço carregando um fardo tão pesado. Se você encontrar com Horácio, dê meia-volta, porque é sinal de que você também está indo pelo caminho errado.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Contra o Cigarro

Como eu estou doente e impossibilitada de ficar sentada por muito tempo (na verdade eu tô sem conseguir nem raciocinar direito...), vai um vídeo.




Porque eu de-tes-to cigarro.
Com todas as minhas forças e crises alérgicas. Acho fedido, deselegante, e não entendo qual é o glamour que esse povo vê em se transformar num incenso de nicotina.
Fumar mata, e todo mundo sabe. E quem esquece disso quando sente o prazer da fumaça entrando em seus pulmões, certamente vai lembrar quando estiver com enfisema, sem fôlego nem pra dizer "oi, como vai?" aos que forem fazer aquela última visita. E os visitantes assim que saírem do quarto, vão dizer: "tá vendo o que é cigarro?".
E você sabe que isso é verdade, tanto quanto eu.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Terceira idade, aí vou eu.

Estou envelhecendo. De verdade. Um dia é uma tendinite no ombro, outro dia é o ciático pedindo água por causa de uma simples faxina. Uma impaciência fora do comum, uma intolerância sem medida... gente que fala alto, cachorro latindo sem parar, carro de som, banda ensaiando pro sete de setembro, torneira pingando, telefone tocando, fumaça de cigarro, menino chorando... tudo me incomoda, me irrita. Não tenho mais saco de ir a lugares onde não me sinto à vontade, e não faço mais a mínima questão de conversar com as pessoas, exceto as que eu gosto, claro. Paciência de enfrentar fila, eu nunca tive, então não é parâmetro. Mas rodar pelo shopping sem motivo, por exemplo, já não faz o menor sentido pra mim. Só pode ser velhice. Só espero que não seja disso pra pior.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Hoje acordei realista



Eu estava aqui o tempo todo.
Só você não viu.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Insônia Olímpica

Dormir cedo já não é uma das tarefas mais fáceis pra mim, e essas olimpíadas têm sido o pretexto que eu precisava pra ficar acordada até muito tarde. E pra não adormecer, vale ver qualquer coisa. Tiro, basquete, handebol, natação, ginástica artística, marcha atlética, nado sincronizado, tênis de mesa, tudo! Eu não preciso nem conhecer as regras, mas vejo. Luta greco-romana, vela, badminton, esgrima, eu não faço a mais vaga idéia de quem está ganhando até que o narrador anuncie, mas sempre acho a subida ao pódio emocionante. Torcer, torcer mesmo, eu só torço pelos meninos do vôlei. Aquele excesso de testosterona em quadra é de empolgar qualquer pessoa. Qualquer mulher, principalmente. E ver uma equipe tão entrosada, jogando com tanta garra é lindo. O vôlei tem uma união que o futebol, por exemplo, não tem. Não sei se é porque os jogadores da seleção de Dunga só estão juntos quando jogam, ou por causa dessa tradição de "país do futebol", que já dá a eles o status de estrelas. A verdade é que a equipe de Bernardinho entra em quadra com disposição, e não importa quem faz quantos pontos, o importante é ganhar. E quase sempre eles ganham. Essa história de país do futebol, pra mim, não cola. Na quadra ou na praia, masculino ou feminino, o Brasil é mesmo o país do vôlei. Está valendo a pena ficar acordada pra ver esse pessoal jogar. O sono? Giba nele!

domingo, 17 de agosto de 2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Pelo silêncio.

Quando você vai a um bar, uma festa, um shopping, já sabe a quantidade de barulho que vai encontrar. E se você não quer poluição sonora, fique em casa, onde não tem (pelo menos não deve ter) tanta gente falando alto e ao mesmo tempo. Exceto em tempos de política... vou dizer mais uma vez, e já estou quase convencida disso: tô ficando velha. Só pode ser. Ou os carros de som perseguem só a mim. Eles escolhem as proximidades da minha casa pra tocar suas musiquinhas toscas, que quando não são péssimos chicletes de ouvido, imitam músicas de sucesso, com o nome do candidato no refrão. Juntam-se o incômodo que o barulho me causa e a indignação com o monte de mentiras que esse povo promete, pronto, está formada A impaciência. Por acaso essas musiquinhas influenciam em alguma coisa na hora de votar? Por que os marketeiros não arranjam uma coisa mais moderna, silenciosa e eficiente?
Um dia desses, voltando do dentista, passou ao meu lado uma bicicleta de som, guiada por um senhor que devia ter lá pelos 60 anos, e usava uma roupa muito surrada. Naquela hora eu pensei: pelo menos ele arranjou como ganhar um dinheirinho a mais. É o mesmo pensamento que tenho quando vejo aquele pessoal segurando bandeiras enormes sob um sol de rachar. Mas não é esse tipo de emprego que os políticos têm que arranjar, né? Eu moro a menos de 200m de duas escolas, e os malditos carros (e também bicicletas) de som passam por aqui sim! Isso não é proibido? Já vi que só me resta respirar fundo até outubro, e torcer pra não ter segundo turno. Dos males, o menor.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Contra o Miguxês

Português não era minha matéria favorita no colégio, e até hoje eu não sei fazer uma análise sintática decente. Mas sempre procurei escrever as coisas do jeito certo, porque isso sim, é importante de verdade. Pode ser que eu seja muito radical, ou esteja ficando velha e ranzinza, mas não tem quem me faça suportar esse miguxês que meio mundo insiste em usar. Voxê num xabe ixclever dileito??? MOBRAL urgente, então. Qual é o sentido de complicar as coisas? Hoje tudo é mais prático e mais rápido, e vem esse maldito miguxês na contramão, fazendo a gente perder tempo tentando desvendar o que significa aquele excesso de X e W, as palavras pela metade e cada letra de um tamanho. MiGoW, vOxÊ tEm PaXiÊnxiA Pa Ixu? PuRkE eU NuM TeNhU! Antes eu até tentava traduzir, hoje em dia nem leio mais. E cada miguxice me dá calafrios. Qual a diferença de digitar um C ou um X? Não é a mesma quantidade de letras? Então por que "voxê" em vez de "você"? Por que "beiju" no lugar de "beijo"? "Miga, txi dolu" o que é isso, minha gente? É uma tentativa de meiguice? Vem aí uma geração de analfabetos retardados, pode esperar.

Recomendo: Miguxas Mortas - O sonho de qualquer pessoa da paz

domingo, 10 de agosto de 2008

Dia dos Pais

Eu não moro com o meu pai há tanto tempo que nem sei quanto, desde os meus 5 anos, acho. E como se não bastassem todas as minhas lembranças dele serem tristes ou violentas, nós moramos em cidades diferentes, e eu odeio estradas. A distância em nosso caso é real. Quando eu era criança, essa distância doía, na escola eu nunca participei de nenhuma festinha de dia dos pais e coisas do tipo. Na adolescência, o fato de ver o meu pai somente no meu aniversário me indignava. Aquela rebeldia típica da idade, sabe? E hoje? Bem, hoje eu nem sei. Meu pai não sabe que eu não como carne, e todas as vezes que me levou pra comer, me levou a uma churrascaria. Ele não sabe que eu não gosto de conversas filosóficas, e só sabe falar assim comigo. Não sabe que sou eu que escolho quando abraçar, e sempre me abraça, por mais que eu diga que detesto intimidade forçada. Hoje não sinto falta dele, mas também não tenho raiva. Ele é só um velho conhecido, e o dia dos pais é só mais um domingo tedioso, como qualquer outro.

sábado, 9 de agosto de 2008

Deixa que eu seja eu



E aceita
O que seja seu

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Nem aqui, nem na China.

Certamente nunca houve no mundo um espetáculo como foi a abertura das olimpíadas hoje. Coisa linda, de arrepiar mesmo. Pra falar a verdade, me emocionei em váááários momentos, mas como eu choro até com o Lata Velha do Caldeirão do Huck, essa não deve ser uma referência muito válida. Mas foi incrível, de verdade. "Um Mundo, Um Sonho", e só o esporte pra conseguir fazer a gente achar que isso é possível em algum momento. Que linda a menininha de vestido vermelho cantando enquanto a bandeira da China entrava, e os 2008 tambores perfeitamente sincronizados fazendo um espetáculo de luz e som, uma contagem regressiva de arrepiar. Os fogos de artifício, de colocar qualquer réveillon no chinelo, nada mais justo no país onde surgiu a pólvora, né? Uma profusão de cores, luzes, pessoas e sons, sem que nada fosse exagerado ou de gosto duvidoso. Simplesmente perfeito. Quem conseguiu pensar nos problemas da China durante aquelas 4h no ninho do pássaro? Como se não existissem diferenças entre eles, lá estavam milhares de atletas de todas as partes do mundo, todos com a emoção de quem alcança um objetivo estampada no rosto. "Um Mundo, Um Sonho". Mais adequado, impossível.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sério


"Fique à vontade, meu bem
Sinta vontade de ficar
Não tenha pressa
Quem sabe aqui é seu lugar
Mas se tiver de ida
Vê se não vai assim sem mim".

(CMTN)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Pega, estica e puxa.

Ontem eu tive que escolher um dos seguintes brindes L'Oréal: um filtro solar, um chapéu de praia ou um anti-rugas. O que eu escolhi? O anti-rugas! Sim, eu preciso mais do filtro solar, mas eu não resisto a um creminho com promessas contra o envelhecimento. É bem verdade que com o tempo eu vou esquecendo de passar regularmente, e eles ficam encostados no fundo da gaveta até perderem a validade, mas não tem jeito, eu preciso tê-los. É que às vezes eu descubro uma ruguinha aqui, outra ali, e fico paranóica, pensando como ficarei parecendo um maracujá de gaveta aos 40 anos. Aí eu abro a gaveta e encontro aquele monte de maravilhas cosméticas revolucionárias, e uso todas religiosamente até que eu esqueça da tal ruga. Ontem eu tive que experimentar o tal preenchedor colágeno, esse talvez eu consiga usar certinho, já que tem uma embalagem mais prática. Tomara que funcione. A preocupação de hoje, com certeza evitará os desastres de amanhã. Se Elza Soares tivesse pensado assim, tava melhorzinha hoje, né?

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Simbora!

Amanhã tem Netinho na Live. Vamos lá, vamos lá, vamos lá??? Pra relembrar os momentos inesquecíveis da adolescência, os Pré-Cajus bacanas com mamãe-sacode, fitinha no cabelo, e pochete. O aperto na curva do Iate, o corredor da folia, que era grandão, com banho de espuma saindo de uma lata de cerveja gigante, com direito a chuveiro quentinho depois. Eu morria de medo de pegar uma micose naquela espuma! Pra relembrar a época de ouro do Augustu's, quando Netinho gravou um cd aqui, e Durval entrava de moto no palco, dizendo "Que galera é essa, meu irmão? Eu vim de moto!". Eu nunca entendi exatamente o que tinha a ver a galera com a moto, mas quem tava se importando com isso? Lembro perfeitamente de uma chuva torrencial no Pré-Caju 98, e faltou luz no corredor bem quando o Asa entrou, adrenalina total! E Márcia Freire cantando na chuva, com uma toalha enrolada no microfone pra evitar tomar (mais) choques. E no final do Bora-Bora, Netinho cantava uma música que acho que era de Jheremias... "então não chore não, chore não, chore não. Vem cá, me dá um beijo que eu te dou meu coração!". Era bom demais. O percurso era imenso, eram 5 dias de festa, todo mundo chegava em casa de manhã e ainda achava pouco. Hoje, o percurso tem metade do tamanho, são só 3 dias na avenida, e eu já acho demais!
Ainda bem, que para alegria das pessoas que já passaram da idade (e do peso) de amanhecer pulando atrás do trio, existem esses shows em que a gente só grita e dança!


Bora?

A nossa música eu fiz agora



Realmente sem tempo para escrever.

Até sábado estarei numa missão, mas tentarei atualizar, nem que seja com música.

Não deixem de aparecer, meia dúzia de leitores!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Muitos parênteses.

Quando eu era bem pequena, depois de ler "A Maldição do Espelho" , de Agatha Christie (provavelmente o primeiro não-infantil que li), inventei de escrever um livro. Não lembro exatamente como era a estória, mas devia ser bem boba, o fato é que eu havia gostado do verbo "indagar", que até então era novo pra mim, e resolvi usá-lo na minha obra. Bom dia, fulana! - indagou beltrano. E o primeiro adulto que leu meu primeiro (e único) capítulo, me informou de maneira pouco simpática que indagar era 'perguntar', e não 'falar'. A lição ficou, mas a vontade de escrever, passou. Devo ter ficado traumatizada com o jeito delicado de ser criticada, ou então, simplesmente enjoei daquela idéia, o que não é muito difícil de ter acontecido.
Depois, passei a escrever empolgadíssima as redações da escola. Não que fossem boas, na verdade eram bem ruins, mas eu gostava de escrever, até que fui melhorando. Escrever virou a minha válvula de escape. Hiperatividade, tristeza, insônia, ansiedade, tédio, raiva, dor de cotovelo, tudo pra mim se resolve com papel e caneta (e agora teclado) desde sempre.
Sem falsa modéstia, algumas coisas que escrevi realmente foram muito boas (quem leu meus clássicos 'os pássaros', 'a seca', e outros textos escritos durante aulas de matemática, sabe disso), mas outras tantas são dignas do lixo. Várias vezes já pensei em fazer um livro com os textos que ficaram bons, claro que não pra vender, talvez pra dar aos meus amigos como lembrança dos meus 30, 40 anos, sei lá. Mas não vai dar. Basicamente porque os bons textos mais antigos eu perdi, e os mais recentes, sempre direcionados a alguém, quando escritos à mão, não guardo uma cópia, nem faço rascunho. Os que mando por e-mail são pessoais demais, não dá pra publicar.
Geralmente nas madrugadas em que não tem ninguém pra conversar comigo, chega a inspiração, e faz um bom trabalho. Porque diferente de todo o resto, quando eu releio essas cartas, não mudo nada. É tudo tão redondinho, que eu preciso mandar ao destinatário (que quase sempre é o mesmo). E anos depois, eu vejo a caixa de saída dos meus e-mails e lá estão os meus escritos. Eu releio e acho ainda melhores, aí tenho certeza que estou perdendo a mão pra coisa, porque nem se eu forçasse muito, escreveria aquilo novamente.
Tá explicado o motivo desse blog. Escrever à toa, sem nenhum tipo de pretensão. Escrever à vontade, sem ficar revisando o tempo todo. E guardar aqui as cartas que eu não mando.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Oh, l'amour...*

Amar em português é amar pouco. Quero ver alguém lhe amar em Icelândico... (Eg elska tig!!!), ou em Kapampangan, que o Google acabou de me dizer que é um dialeto das Filipinas... (Kaluguran daka!). Duvido que alguém lhe ofereça um amor Persa (Doo-set daaram...), ou que grite a plenos pulmões um 'eu te amo' supercomplexo em bom Vietnamita (Em ye^u anh!!!!!!). Não vale amar em inglês, porque todo mundo sabe... a globalização é pra isso (I love you!), nem em espanhol, porque é exatamente igual (Te amo!), muito menos em italiano, porque as novelas da Globo já ensinaram (Ti amo!). Interessante mesmo é dizer que ama em Hiligaynon, um idioma que não sei nem de onde é, e chega a dar um nó na língua (Guina higugma ko ikaw!). Amor de verdade tem que ser em Telugu, que dá tanto trabalho quanto o próprio amor (Nenu ninnu premistunnanu!!!).

Amar só em português é pra principiantes


* Texto escrito em março de 2007. O título foi mudado. Só o título.


sábado, 26 de julho de 2008

Um cheiro!

Adoro cheiro de café, de pipoca, de bebê. E o cheiro de um perfume alemão de nome impronunciável. Cheiro de Azzaro que apesar de ser tão comum, sempre me lembra uma mesma pessoa. E de Jazz, que nem sei se ainda existe, mas é o cheiro das minhas melhores lembranças. Cheiro de talco, de brigadeiro, de livro novo. Cheiro de alfazema, de almíscar, de baunilha. Cheiro de amaciante num lençol limpinho. Alho e cebola na frigideira, tinta guache, eucalipto, sândalo, lírio. Cheiro de piscina domingo de manhã. De acarajé, bala de melão, pizza e pão quentinho. Diva, o perfume favorito da minha vó. Bala de maçã verde, Giovanna Baby, e shampoo Vital Ervas. Adoro cheiros. Mas não gosto de cheiro de carro novo, nem de gasolina, que tanta gente acha bom. E aquele cheiro de terra molhada quando chove? É tão poético dizer que gosta dele... eu nunca gostei. Como se eu sempre soubesse que o cheiro não é da terra, é dos fungos. Definitivamente, não nasci mesmo pra poesia.


E você, gosta do cheiro de quê?

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ei...

Você diz que precisa ir embora. E eu digo que você pode ir, só não dou tchau porque por mim, você ficaria por muito mais tempo, ficaria o tempo todo. E você diz que tem mesmo que ir embora. Vai porque quer, não sou eu que estou pedindo. E continua aí, parado, me olhando como se quisesse ouvir uma coisa que sabe que não vou dizer. Do mesmo jeito que não lhe digo pra ir, não lhe peço pra ficar, então não me olhe desse jeito. Você só vai se quiser, e quando quiser. Não é isso que é liberdade? Não era isso que você queria? Então pare de anunciar sua partida esperando que eu lhe peça pra ficar, porque isso não vai acontecer. Até porque quando eu lhe pedi pra ficar, você fez questão de não me atender. Agora eu não peço mais nada.
Fique o quanto quiser. E pode ir a qualquer hora. Eu ainda vou permanecer aqui por muito tempo, volte quando tiver saudade, quando tiver vontade, quando tiver certeza. Mas volte.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Doriana

Claro que ela ganhou esse nome por causa da margarina. Seus pais, como todos os outros pais do mundo, sempre desejaram pra filha uma vida linda, cheia de sorrisos e momentos felizes, daqueles que de tão perfeitos, parecem acontecer em câmera lenta, como nos comerciais.
E assim foi, até que a menina cresceu e resolveu se apaixonar. Mas ela não sabia escolher seus amores, e invariavelmente se envolvia com homens que não valiam a pena. Era dedicação demais e reconhecimento de menos, sempre. A história se repetia, e só os nomes dos personagens eram diferentes.
Doriana entregava seu coração e suas expectativas a cada um deles, mas eles não sabiam o que fazer com uma responsabilidade tão grande, por isso, acabavam machucando seu coração e jogando suas expectativas pela janela. Mas lá embaixo estava Doriana, pronta pra juntar os pedacinhos dos planos que fazia para aquele relacionamento que acreditava ser promissor.
Sempre esperançosa, lá ia ela com seu coração remendado, entregá-lo novamente a alguém que não sabia o que fazer com ele. E a história se repetia, outras desilsões aconteciam.
Mas Doriana não tem nada de coitadinha, ela já pegou a prática, e antes que você pense em ter pena, ela já estará de cabeça erguida novamente, cheia de sonhos e muito determinada. Depois de tantas experiências, ela conseguiu perceber que dificilmente encontrará alguém que cuide do que é dela, melhor que ela mesma. Hoje Doriana não espera que a felicidade venha dos outros. Ela sabe que merece ser feliz, como num comercial de margarina. E que isso depende dela.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Eu tô falando de Amizade...

Dia 20 de julho é oficialmente o dia do amigo. No calendário, porque amigo de verdade é amigo toda hora, não tem dia, nem nada disso.
Tenho poucos, bem poucos amigos, posso fazer uma lista deles bem rapidamente, sem esquecer de ninguém. Mas eles são excelentes, valem muito e são pessoas bem melhores que eu, por isso que faço questão de mantê-los sempre por perto.
Arranjar companhia pra uma festa é fácil. Meus amigos me acompanham em festas, velórios, programas de índio, barcos furados, visitas a doentes, missas, salas de espera, filas e programas toscos em geral. Saber do que a gente gosta é fácil, mas só os amigos sabem do que a gente não gosta, e ainda se empenham para exterminar essas coisas da nossa vida.
Meus amigos são meu juízo, me indicam o melhor caminho, e sempre estão prontos pra ir me buscar quando eu me perco no caminho errado.
E eu me sinto tão confortável com todos, que geralmente eu nem preciso falar nada, eles sabem o que  estou pensando, e nos entendemos numa sintonia incrível, mesmo com todas as diferenças entre nós. Eles reconhecem os dias de hiperatividade pelo jeito de falar no msn, a tristeza em um simples "alô", e a TPM em um minuto de conversa. Sabem quando eu apronto, não sei como, mas sabem. E adivinham quando penso em aprontar, e isso não é exagero, basta pensar, e eles já perceberam.
São mesmo pessoas lindas, a quem devo muito e não canso de agradecer diariamente, não precisa ser 20 de julho nem nada. E são amigos de uma vida inteira, mesmo os mais recentes, porque eles chegaram há pouco, mas já sei que permanecerão. A amizade desconhece os efeitos do tempo, e simplesmente existe. Aquela amiga de infância que você não vê há anos e agora mora longe, aparece no Orkut, e vocês ainda têm assunto e empolgação pra conversar, como se nunca tivessem se afastado. A amizade ignora a distância e não se incomoda com os milhares de quilômetros que separam fisicamente você e aquele amigo tão querido. É o que faz manter os amigos de décadas, que fazem parte do seu cotidiano, da sua família, das suas melhores lembranças.
A amizade é um tipo de amor que a rotina não desgasta, a distância não esfria e o tempo não apaga. Bom, né?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A mamãe fica triste?

Cena 1: Mulher empurrando carrinho de compras no supermercado, e o filho pequeno pede um biscoito, um chee-tos ou qualquer coisa do tipo.
- Mãe, eu quero!
- Não, filho, deixe aí.
- Mas eu quero!
- Mas não vai levar.
- Eeeuuuuu queeeerooooooo! (choro escandaloso, se jogando no chão, esperneando)
- Pronto, pronto, pode levar!


Cena 2: Praça de alimentação do shopping, horário de almoço, mãe e filho numa mesa:
- Quer comer o quê?
- Sanduíche.
- Sanduíche é lanche, filho, tem que almoçar.
- Mas eu quero sanduííííííícheeeeeeeeee! (gritos, pulos na cadeira, chororô)
- Tá bom, tá bom, mas só dessa vez, tá, filho???

Cena 3: Mulher vai visitar uma amiga e leva o filho junto. Enquanto elas conversam, o menino entra e sai dos quartos, mexe nas coisas, chuta o cachorro, bagunça os porta-retratos da casa, pula no sofá...
- Fi-lhô... fique quietinho, por favor.
- ... (menino se fazendo de surdo)
- Meu amor, por favor, obedeça, brinque quietinho pra não cair...
- .... (continua se fazendo de surdo)
- Fi-lhô, não faça assim.... mamãe fica triste!

Você já deve ter visto pelo menos uma dessas três situações, não? Eu vejo sempre, e fico horrorizada. O que são essas crianças de hoje? O que são essas mães de hoje? Se eu me jogasse no chão pedindo uma coisa aos berros... eu não sei nem o que a minha mãe faria, porque eu certamente não faria isso. Acredito que você também não.
Como assim "mamãe fica triste"? Não é pra se jogar no chão porque é ridículo, porque é falta de educação, excesso de mimo, e não porque mamãe fica triste! Não é pra bagunçar as casas alheias simplesmente porque o não se deve bagunçar coisa nenhuma, pior ainda as coisas dos outros. Só por isso. Nada de "mamãe fica triste". Ah, mamãe, você fica triste? Problema seu!
Desde quando as crianças é que mandam em casa? Eu devo ter perdido algum capítulo da história da evolução da sociedade, porque quando eu era pequena (e nem faz tanto tempo assim), as mães não precisavam se descabelar, fazer terapia ou procurar livros de psicologia infantil pra educar os filhos. Eu nunca me joguei no chão pedindo nada, e na casa dos outros, ficava quieta. E se eu chegasse num lugar qualquer e por acaso não falasse com as pessoas, bastava um olhar da minha mãe, e eu já estava sorridente, dando "bom dia" a todo mundo.
Quando vejo um episódio de "Super Nanny", fico apavorada. Que meninos são esses? Quando é que eu ia sonhar em chutar a minha mãe, o meu pai, a babá??? Como é que pode uma mulher virar refém de uma criatura que ela pariu? Cadê a autoridade? Se eles aprontam com os pais, o que fazem com as professoras?
O que vai ser dessas crianças que nunca ouvem um "não", quando crescerem? Filho, não vire bandido, porque a polícia fica triste...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Tudo tende ao tédio

Voltei. Nem é uma volta triunfante, é só uma volta. Não que tenha arranjado assunto ou empolgação pra escrever. O problema é o tédio. O danado teima em aparecer sempre, é assim com você também?
Eu canso rápido das coisas. Não sei se isso é hiperatividade, se é a inquietação de quem ainda não achou seu rumo na vida, ou se tem a ver com minha ansiedade natural. A verdade é que não importa o ritmo das coisas, eu invariavelmente canso delas. Mesmo que eu goste, ou que esteja empolgada, em algum momento eu vou querer fazer algo diferente.
Então, quase um mês depois de deixar esse blog de lado, resolvi atualizar, porque já estava entediada, precisava escrever umas bobagens.
Então é isso.
Agora vou pensar no que escrever.


terça-feira, 27 de maio de 2008

Em manutenção.

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores.
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores.
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores.
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores.
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho.
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho.
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho.
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho.
Estou podando meu jardim.
Estou cuidando de mim.

(Vander Lee_-_Meu Jardim)

Não sei se você é assim, mas às vezes eu canso. De tudo. Do que faço e do que planejo, do que ouço, e principalmente do que falo. Nota mental: falar demais é sempre um problema.
Então, aconteceu isso. Não perca seu tempo se esforçando pra entender uma coisa que não vou nem tentar explicar.
Acho que não é o fim (ainda). É só uma pausa.
Obrigada pela visita.
Até logo, então!




terça-feira, 20 de maio de 2008

Só por hoje.

Talvez eu esteja me perguntando, neste momento, afinal de contas, o que é que me enfraqueceu, o que tirou minhas energias. Se pensar um pouco – e com sabedoria – perceberei que este "algo" fui exatamente eu.
Neste específico momento da minha vida, as coisas pararam de fluir como deveriam e não há reconhecimento dos outros em relação mim. Muitas coisas podem estar associadas: eu topei participar de algo e então descobri que a idéia não foi nada boa; posso ter iniciado um relacionamento, mas não sinto que a outra pessoa me reconhece ou valoriza como deveria. O que fica claro aqui, é que estou aceitando me desvirtuar dos meus próprios valores apenas para manter algo que não se sustenta.

Ok, já admiti.


Para acabar com um problema, você tem que perceber que ele existe. E entender que precisa se livrar dele. Depois, é necessário querer se ver livre. Aí precisa de disciplina, paciência e muita força, pra não se prender ainda mais ao que lhe faz mal. Isso leva tempo, e geralmente dói. Mas o sofrimento é importante, é ele que vai fazer você lembrar o quanto é ruim permanecer naquela situação. E isso deve ser um exercício diário. Para o seu próprio bem.



terça-feira, 13 de maio de 2008

Não tem jeito

Eu sou detalhista. Virginianamente insuportável, vejo erros nas placas, e a linha soltando na roupa, percebo onde o desenho está borrado, a pedrinha que falta no brinco, e só de passar a vista num texto, já percebo erros de digitação ou de português...
Mas isso não é tudo. O grande problema está na irritação que esses erros me causam. Uma vez percebidos, eles passam a chamar mais a minha atenção do que todo o resto. Não adianta o esmalte estar lindo, se tem uma bolinha na ponta unha do dedo mindinho. O olho só vai lá. No arranhãozinho do carro, na mancha da blusa, na etiqueta aparecendo, no que está fora do lugar. É horrível, isso.
Em algumas situações isso é de grande utilidade, mas às vezes pedem opinião sobre um texto, por exemplo, e quando eu digo: "tá ótimo, mas vc digitou 'memso' em vez de 'mesmo", parece que estou procurando um defeito só pra criticar. Mas eu não procuro, eles que me acham, juro. E logicamente o texto não perde o valor por causa de duas letras trocadas, eu é que perco a atenção no resto das palavras...
E quanto mais eu tento deixar de ser assim, mais sou obrigada a acreditar em horóscopo. Não consigo mudar. A culpa só pode ser do signo.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Do ponto.

Às seis horas da manhã de um sábado a rua é quase vazia. Vez ou outra passa um carro, ou um catador de papelão, mas nada que atrapalhe o silêncio. O vento é friozinho, delicado, fazendo as copas das árvores balançarem tão gostosamente que nem dá pra descrever. O sol, que ainda não queima, se mostra aos poucos e faz a água do rio brilhar.
Ah, o rio... lá está ele todos os dias, tão comum que ninguém nem nota sua grandeza. Todo mundo está sempre pensando em outra coisa quando passa pela avenida à sua margem. Quando se está no trânsito, tanto faz um rio como um monte de prédios, ou um muro, ninguém presta atenção mesmo. Mas quando se espera um ônibus às seis da manhã de um sábado, você não tem outra alternativa. É preciso olhar para aquela água lisinha como um espelho, refletindo as nuvens muito brancas de um céu deliciosamente azul. Poder perceber tudo isso é muito bom. É ter a oportunidade de agradecer pela existência, simplesmente. Sem lembrar que é sábado, sem mau humor, sem se importar com o sonho que foi interrompido pelo alarme, sem inveja de quem continua dormindo confortavelmente...
E lá do outro lado, tudo muito verde, e uma casinha branca, perdida lá no meio. Quem será que mora lá? Seja quem for, é alguém menos privilegiado que eu, porque a vista do lado de cá é bem mais bonita.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Raça, Amor e Paixão

Ronaldo saiu com travestis. A imprensa comemora, é pauta pra um bom tempo, já que o caso Isabella está rendendo menos, e a dengue já nem é novidade. Ontem, a expectativa era pela entrevista do jogador no Fantástico, a capa da Veja traz Ronaldo, os programas da RedeTV! só falam nisso. Tá, tudo bem, as referências que eu dei não são exatamente as melhores, mas a semana passada foi dedicada ao fenômeno. É falta de assunto, né? Só pode ser.
Se não me engano, Ronaldo é jogador de futebol, e o salário que recebe é pra fazer gol. Fim. Se ele sai com garotas de programa, travestis ou alienígenas, o problema é todo dele.
E lá vai a assessoria de imprensa do moço deixar bem claro que ele está arrependido e envergonhado por ter procurado um programa, já que ele tem namorada. Ou tinha. Ele teve que dizer que não sabia que eram travestis, mesmo com a cara de zagueiro que elas têm. E que foi um erro horrível ter procurado garotas de programa. Porque o Brasil é mesmo o país da moral e dos bons costumes.
Nenhum homem brasileiro trai, e as prostitutas sobrevivem graças aos rapazes solteiros, apenas. E ninguém deve sair com travestis também. As que vejo aqui nas esquinas não têm clientes, elas ficam a noite inteira admirando o movimento da avenida, e só entram nos carros porque os caras são gentis e oferecem carona.

Certamente Ronaldo é o único famoso a cair na esbórnia. Por isso, deve ter os contratos suspensos e perder o título que tem no Unicef. Ah, e queimar no fogo do inferno, porque celebridades devem servir de exemplo, e desde o domingo passado os admiradores de Ronaldo estão procurando garotas de programa desesperadamente. Sério, às vezes me dá preguiça de saber dessas coisas.
Quando o contrato com o Milan acabar, e ele for liberado pelos fisioterapeutas, podem esperar mais uma enxurrada de notícias sobre a volta triunfante do futebol-arte de Ronaldo, o guerreiro. Superou lesões, sobrepeso e tentativas de extorsão, pra voltar a jogar bonito, flamenguista que é, com raça, amor monogâmico e paixão heterossexual, claro.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

"Dinheiro não é tudo..."



Clichês são as melhores armas de gente sem argumento. Quem não tem muito o que dizer, sempre apela pra um. Os de "vida simples" que me perdoem (o espaço para os xingamentos é bem ali embaixo), mas concordo com Falcão: Dinheiro não é tudo, mas é 100%.

Tá, dinheiro não compra a felicidade, mas paga as sessões de terapia, e convenhamos, poder ir sofrer em Paris é mesmo um luxo. Não compra a paz de espírito, mas permite que você vá fazer o Caminho de Santiago. Não compra saúde, mas banca os melhores tratamentos, e por aí vai.

Quem são esses humildes que vão dizer que não gostam do conforto de uma cama king size? Você pode até não ter uma, mas admita, adoraria. Quem não quer uma semana num resort? Férias na Europa? Um apartamento enorme com vista pro mar, toalhas de algodão egípcio, Johnnie Walker Blue Label, ir ver o GP de Mônaco, sair no Camaleão, lua-de-mel na Polinésia Francesa, cartão de crédito sem limite, TV de 60", compras em NY, um carro superbacana, um corte de cabelo com Wanderley Nunes, uma lipoaspiração na Santé, almoçar no Fasano, perfumes franceses, sandálias Manolo Blahnik, ternos Ermenegildo Zegna, um vestido Dior, ir ao Rio de Janeiro num Domingo só pra ver o Flamengo jogar no Maracanã, visitar amigos que moram fora, ir a um show de Madonna, ou ver as Olimpíadas em Pequim, fazer um safári, conhecer Dubai, presentear sua avó com a viagem dos sonhos dela, ir à dermatologista das globais, reformar sua casa, redecorar seu quarto...

Certo, você não precisa de nada disso pra viver, e pode ser feliz sem tudo isso. Mas por favor, não diga que prefere aquela pousadinha simples, numa praia aqui perto. Ou que perfume bom pra você é Toque de Amor ou Charisma, e que ver Fórmula 1 pela TV tem a mesmíssima emoção, por isso, pra que ir a Mônaco?

Mas se você acha... bem, neste caso, continuo concordando com o gênio Falcão: Gente besta não conta.



domingo, 13 de abril de 2008

Tolerância zero

Seu namorado é gay. Não, você não é legal. Xingamento é com "x", não com "ch". Ninguém lhe acha engraçada. Você tem vocação pra corno. Esse batom lhe envelhece. Todo mundo sabe que você tá de caso com uma mulherzinha de quinta. Ao contrário do que você pensa, você não é gostosa. Eu não consigo entender o que você escreve, aliás, ninguém consegue. Camisa vermelha, calça verde e sapatos azuis combinam muito bem, mas num palhaço. Não, não tem ninguém interessado em você. Você não é divertida, as pessoas riem porque lhe acham estúpida. Você é um sacana de marca maior. Esse seu jeito de menina boazinha irrita. Eu não confio em você. Você não está um pouco velha demais pra isso não? Você precisa de terapia. Você precisa de um exorcismo. Não, nem sempre você tem razão. Aqueles que se dizem seus amigos falam mal de você. Ninguém está lhe perseguindo. Pare de ser fresca. Eu sei que você finge ser minha amiguinha, e sei por que é que faz isso. Você não é bom nisso. Você precisa de uma escova progressiva. Pare de se fazer de inocente. Suas piadas são sem graça. Esse filho é mesmo seu? Por que você está sempre reclamando da vida? Vou te dar uma gramática. Pare de mentir pra mim. Odiei o presente que você me deu. Essa sandália já saiu da moda. Eu sei que aquilo foi uma desculpa esfarrapada. Isso é recalque, sabia? Não, não é uma boa idéia. Você é brega. Eu só fiz porque estava de bom humor, não se acostume. Tenho preguiça de você.

Sabe quando dá vontade de dizer umas coisas assim? Não diga.
Respire fundo.

E crie um blog.




quarta-feira, 9 de abril de 2008

"Aos amigos, tudo..."

Eu tenho poucos amigos, e desculpem pela arrogância, mas acho que nem preciso de mais. Meus amigos são meus irmãos, companheiros, fiéis escudeiros. Gente que se faz presente em todas as horas, gente em que posso confiar.

Eles me ouvem sempre, mesmo que eu esteja falando bobagem; me aconselham sabiamente, mesmo tendo a certeza de que eu vou fazer exatamente o contrário; e toda vez que eu faço besteira eles me xingam, mas me ajudam a consertar tudo, ou a deixar pra lá e recomeçar.

São pessoas que abraçam minhas causas, e sempre colaboram, mesmo que não seja adequado ou correto. Colaboram simplesmente porque é o que vai me fazer feliz naquele momento. Eles sabem que algumas coisas não podem ou não devem ser ditas, e compreendem. E confiam. São mesmo pessoas incríveis.

Meus amigos são heróis só de me aguentar, porque, convenhamos, eu não sou uma boa pessoa. Mas eles aguentam sinceramente. E se preocupam, e me enchem de broncas (é, eu preciso quase sempre), mas me entendem, me apóiam, me dão suporte, não desistem de mim. Preciosos, eles.

E por terem tanto valor, faço questão de mantê-los muito bem guardados e protegidos.

Amigos, obrigada por absolutamente tudo.

Amo vocês.

Fui clara?

terça-feira, 8 de abril de 2008

O botão nón ecziste!

Morei por muitos anos num mesmo edifício. Na parede entre as portas dos apartamentos, tinha um botãozinho pra acender a luz por 30 segundos, enquanto se esperava o elevador. Assim que eu abria a porta de casa, a mão ia certeira no tal botão. Um dia a tecnologia chegou, e instalaram um sensor de movimento, era só chegar perto do elevador pra luz acender. Mas não tinha jeito, eu nunca consegui deixar de apertar o botão, que continuava na parede, embora não funcionasse mais.

Depois, passei a morar em outro prédio, onde as luzes do corredor ficam sempre acesas a partir das 17h. Só que às vezes o zelador se atrasa um pouco, e sempre que o corredor fica escuro, eu me vejo passando a mão onde deveria ter um botão. Até um rato numa caixa de Skinner já teria percebido que não existe mais botão nenhum. Mas eu insisto em tentar acender a luz.

O costume é mesmo uma coisa incrível. Às vezes você acha que tem saudade de alguém, mas nem tem. É só o costume da convivência. Talvez você nem goste mais tanto assim daquela pessoa, ou nem tenha mais tanta raiva daquela outra... talvez seja só o hábito de conservar esses sentimentos.

E quem é que pára pra reavaliar seus velhos hábitos?

Eu prometo que vou tentar. Mas só da próxima vez que o zelador se atrasar.

:)